A diretoria do clube de vôlei Sada Cruzeiro anunciou na noite dessa terça-feira (31/1) a suspensão por temo indeterminado do jogador Wallace Leandro, após ele postar uma enquete perguntando aos seus seguidores se dariam um tiro na cabeça do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"A diretoria do Sada Cruzeiro, reforça, novamente, que repudia qualquer ato que possa significar incitação à violência, após as postagens do atleta Wallace. Atento aos desdobramentos, o clube informa que vem tomando providências diante do fato. O clube exigiu do atleta Wallace a plena retratação e um pedido de desculpas a todos que se sentiram ofendidos com as suas postagens".
Conforme previsto em contrato, o Sada Cruzeiro informa que Wallace será punido com afastamento e uma suspensão por tempo indeterminado. "Esperamos que o episódio sirva de aprendizado para todos, com uma reflexão sobre o uso consciente das redes sociais, e da responsabilidade que cada um tem em disseminar bons valores. O esporte deve ser uma ferramenta para propagar igualdade, tolerância e respeito."
O Palácio do Planalto acionou a Advocacia Geral da União (AGU) representa judicial e extrajudicialmente a União após a postagem de Wallace. O jogador do Sada Cruzeiro é campeão olímpico de vôlei pelo Brasil e apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Estou aqui para falar dos stories de ontem junto com a enquete", disse Wallace, em vídeo. "Acabou gerando uma repercussão social muito ruim. Quem me conhece sabe que eu jamais incitaria a violência contra qualquer pessoa, principalmente contra o nosso presidente. Estou aqui para pedir desculpas, foi um post infeliz, eu errei. Quando você erra não tem jeito, tem que assumir."
O Código Penal, em seu artigo 286, descreve o delito de incitação ao crime, que consiste em incentivar, estimular, publicamente, que alguém cometa um crime e prevê pena de detenção de 3 a 6 meses e multa.
O caso gerou grande repercussão. A Confederação Brasileira de Vôlei afirmou: "A CBV repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade", escreveu.
Ana Moser, ministra do esporte e medalhista olímpica de vôlei, afirmou: “Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições”.