Fiscais do Ibama foram atacados por garimpeiros invasores que passavam pela aldeia Palimiú, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. No local, está montada uma base para combater o acesso irregular na área demarcada. O atentado ocorreu na madrugada de quinta-feira (23/2) e foi comunicado pelo órgão apenas na noite do mesmo dia. A segurança foi reforçada.
A região é a mesma em que uma base do Ibama foi incendiada em 2021 por garimpeiros ilegais.
O grupo de agora disparou contra os agentes quando foi abordado, deixando a região em sete “voadeiras” – barcos de motor utilizados para navegação nos rios amazônicos. Eles levavam uma carga de cassiterita, metal cobiçado pelos bandidos que invadem a terra.
No confronto, um dos criminosos foi baleado e preso, enquanto os outros conseguiram fugir. A ação só foi possível porque drones do Ibama identificaram a movimentação irregular no rio Uraricoera. O bandido capturado está sob custódia da Polícia Federal em um hospital e vai responder por atacar servidores públicos.
Os agentes de segurança atuam na proteção dos fiscais do Ibama em conjunto com a Força Nacional de Segurança e a Polícia Rodoviária Federal. Eles estão na região desde o dia 7 de fevereiro.
Os garimpeiros que invadiram a Terra Indígena estão autorizados a deixarem a área, mas não podem levar metais preciosos e nem transportar equipamentos do garimpo.
Desde o dia 20, fiscais do Ibama instalaram uma barreira física com cabos de aço na região e nenhum barco carregado passou pelo local.
A saída de garimpeiros também acontece pelo ar, com aviões fretados que estão autorizados a utilizar três corredores aéreos monitorados pelo Força Aérea Brasileira. No dia 6 de abril, no entanto, o espaço aéreo da Terra Indígena será fechado.
A situação dos Yanomamis ganhou destaque quando o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública por conta dos elevados casos de desnutrição severa e alta dos casos de malária. Desde 20 de janeiro, a região em Roraima é acompanhada por técnicos do governo federal.
Desde então, doações de alimentos são realizadas e o atendimento médicos dos indígenas é uma prioridade na capital Boa Vista.