O ex-presidente Jair Bolsonaro (PF) prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (26), no inquérito que investiga os atos de 8 de Janeiro, quando criminosos invadiram as sedes dos três Poderes. O depoimento durou pouco mais de duas horas.
Segundo o advogado Paulo Cunha Bueno, ao lado do ex-ministro e também advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, o ex-presidente estava sob efeito de medicação quando compartilhou o vídeo com informações falsas sobre as eleições, onde Lula (PT) foi eleito presidente.
Em conversa com a imprensa, o advogado ainda reforça que o vídeo na página do Facebook foi publicado “sem querer” quando o ex-presidente tentava compartilhar a postagem para seu WhatsApp para assisti-lo depois.
“Nesse período, Bolsonaro estava internado em um hospital de Orlando, nos Estados Unidos, entre o período de 8 a 10 de janeiro ele teve uma crise de obstrução intestinal, isso está documentado”, declarou. “Ele foi submetido a um tratamento com morfina, ficou hospitalizado e só recebeu alta no final da tarde do dia 10 (de janeiro)”, acrescentou o advogado Paulo Cunha Bueno.
“Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância”, reafirmou Paulo Cunha Bueno.
Ao ser questionado sobre as perguntas feitas a Bolsonaro no depoimento, a defesa informou que ele respondeu todas as questões e que o ex-presidente considera a derrota nas eleições de 2022 como uma “página virada”.
Atos de 8 de janeiro
Fabio Wajngarten informou que Jair Bolsonaro condenou os ataques aos Poderes em 8 de janeiro durante o depoimento e reforçou que no mesmo dia dos atos o ex-presidente repudiou os ataques por meio de publicação nas redes sociais.