Manaus (AM) – No Amazonas, a luta contra o câncer de colo do útero deve registrar, até 2026, cerca de 1.800 novos casos desta doença, que ainda é a segunda mais comum entre as mulheres, segundo o INCA. Esta condição, embora seja uma das principais causas de morte entre mulheres na região, pode ser evitada ou tratada de forma eficaz quando detectada precocemente.
O câncer de colo do útero é, em sua maioria, causado por infecções persistentes de alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV), um vírus que é transmitido sexualmente. Embora o HPV seja comum e, na maioria das vezes, o sistema imunológico seja capaz de eliminá-lo de forma natural, em algumas mulheres o vírus pode persistir e levar a alterações celulares no colo do útero. Se essas alterações não forem tratadas, elas podem evoluir para o câncer.
Os tipos mais preocupantes do vírus, conhecidos como HPV 16 e HPV 18, são responsáveis pela grande maioria dos casos de câncer cervical. Embora o câncer de colo do útero seja o quarto mais comum entre as mulheres no Brasil, o número de casos e a mortalidade são ainda mais altos em regiões como o Amazonas, onde as dificuldades de acesso aos cuidados de saúde frequentemente resultam em diagnósticos tardios e, consequentemente, em taxas de sobrevivência mais baixas.
A detecção precoce é um fator chave na luta contra o câncer de colo do útero, uma vez que a doença tem grandes chances de cura quando diagnosticada em seus estágios iniciais. A realização regular do exame de Papanicolau, também conhecido como exame de citologia oncótica, é fundamental nesse processo. Esse exame simples, rápido e indolor pode detectar alterações nas células do colo do útero que, se não tratadas, podem evoluir para câncer. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que todas as mulheres iniciem a realização do Papanicolau a partir dos 25 anos, ou três anos após o início da vida sexual ativa.
Além do Papanicolau, a vacinação contra o HPV tem se mostrado uma das mais eficazes formas de prevenção ao câncer de colo do útero. A vacina protege contra os tipos mais agressivos do HPV, como o 16 e o 18, e é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas imunossuprimidas.
No Amazonas, programas de vacinação têm sido progressivamente mais incentivados, com campanhas anuais nas escolas e comunidades, buscando aumentar a adesão à imunização e reduzir a incidência de câncer de colo do útero no futuro. A conscientização sobre a importância da vacina e do exame de Papanicolau precisa ser ampliada, pois a falta de conhecimento sobre esses métodos de prevenção ainda é um grande obstáculo.