Sem tradição nos esportes de gelo e neve, o Brasil conseguiu importantes resultados nos Jogos de Inverno de Pequim (China), que se encerrou neste domingo, 20/02. Aos 19 anos, o atleta brasileiro Manex Silva foi o primeiro representante do país a completar quatro provas em uma mesma edição dos Jogos de Inverno, após participar das disputas de esquiatlo, sprint, 50 km e 15 km.
Ele foi o responsável por conduzir a bandeira brasileira no Ninho do Pássaro, durante a cerimônia, que, assim como na abertura, teve apenas quatro profissionais desfilando. Além de Manex, estavam lá a também esquiadora Eduarda Ribera, o chefe de missão Anders Pettersson e o fisioterapeuta Ronaldo Aguiar. Todas as delegações participaram com poucas pessoas, em razão dos protocolos de prevenção contra a Covid-19.
A atleta Sabrina Cass, de 19, teve o melhor desempenho sul-americano da história na prova de moguls, encerrada por ela no 26ª lugar.
"Saímos daqui com a sensação de dever cumprido. Realmente, é um investimento pro futuro. Os atletas de menos de 20 anos ainda não atingiram o seu ápice e vão estar melhor ainda em Milão-Cortina 2026. Fazer um atleta de alto nível é um trabalho de formiguinha e acredito que o COB e as Confederações de Gelo e Neve estão investindo da maneira certas nos atletas que merecem", analisou Anders Pettersson, chefe da Missão Pequim 2022.
Nicole Silveira terminou a prova de skeleton em 13º e se tornou a melhor latino-americana da história da modalidade em Jogos Olímpicos. Além disso, foi a segunda melhor colocação entre atletas do Brasil, atrás apenas do nono lugar de Isabel Clark no snowboard, em 2006, e a melhor do país em esportes no gelo.
Já a esquiadora Jaqueline Mourão, que também acumula participações no ciclismo MTB dos Jogos de Verão, registrou chegou à sua oitava edição olímpica, superando nomes como a jogadora de futebol Formiga, o velejador Robert Scheidt e o cavaleiro Rodrigo Pessoa.
O time brasileiro de bobsled 4-man conseguiu disputar a descida final pela primeira vez em cinco participações nos Jogos e fez história ao terminar em 20º lugar, melhor resultado brasileiro na história da disputa masculina da modalidade. Até então, o posto mais alto alcançado era o 23º de 2018, na edição passada, em Pyeongchang.
Na ocasião, a equipe era formada por Edson Bindilatti, Edson Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza. Na edição atual, a única mudança foi a ausência de Pessoni, que morreu em um acidente de moto no ano passado e foi lembrado pelos companheiros neste domingo. O substituto dele é Erick Vianna, e a equipe também conta com Jefferson Sabino como reserva.
O país com maior número de medalhas nos Jogos de Pequim foi a Noruega, líder com 16 ouros, oito pratas e 13 bronzes. Por isso, a delegação norueguesa foi a primeira a desfilar na cerimônia de encerramento, seguida pelas outras. Alemanha e China ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.