Rússia- Um surto de envenenamento por metanol na Rússia resultou na morte de pelo menos 25 pessoas após o consumo de vodca adulterada, segundo informaram autoridades russas. O caso trágico, concentrado principalmente na cidade de Slantsys, acende um grave alerta sobre o mercado de bebidas alcoólicas ilegais e suas consequências fatais, repercutindo inclusive no Brasil, que já registra casos semelhantes.
As vítimas consumiram a vodca que, de acordo com as investigações, era produzida a partir de álcool bruto e contaminada com metanol. Exames forenses realizados em seis corpos confirmaram a presença da substância em níveis considerados fatais. O metanol, um álcool mais simples e altamente tóxico, é frequentemente utilizado em fraudes por ser mais barato que o etanol (álcool de consumo), mas sua ingestão pode causar cegueira, danos neurológicos irreversíveis e morte.
Como resposta ao surto, as autoridades russas prederam 14 pessoas, incluindo fornecedores e vendedores envolvidos na distribuição da bebida ilegal.
Brasil
O drama russo ecoa preocupações de segurança alimentar no Brasil, onde casos de intoxicação por metanol já foram registrados recentemente. Em São Paulo, autoridades investigam uma série de intoxicações que ocorreram em um período de 25 dias.
Até o momento, nove pessoas sofreram intoxicação por metanol no estado, resultando em três mortes — uma na capital paulista e dois em São Bernardo do Campo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública brasileiro emitiu um alerta formal a comerciantes e à população sobre o risco de adulteração de bebidas alcoólicas. A principal suspeita é que o metanol esteja sendo utilizado para falsificar bebidas destiladas populares, como gin, uísque e vodca, em busca de maior lucro, mas colocando a vida dos consumidores em risco extremo.
Médicos e toxicologistas alertam que o metanol é incolor, inodoro e tem sabor semelhante ao do álcool etílico, o que torna sua identificação quase impossível fora de laboratório. Os sintomas de intoxicação geralmente incluem forte dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, o mais característico, visão turva ou cegueira. A intervenção médica deve ser imediata para aumentar as chances de sobrevivência.
A orientação é que os consumidores evitem bebidas de procedência duvidosa, especialmente aquelas vendidas a preços muito abaixo do mercado, e que denunciem qualquer suspeita de produto adulterado às autoridades sanitárias.