A participação do Governo do Amazonas na 30º Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) alcançou uma nova etapa na sexta-feira (14). A agenda do estado, até o fim da participação na COP30, é marcada por negociações e reuniões bilaterais para discutir cooperação técnica, inovação e ampliação de projetos ambientais.
Uma reunião bilateral é um encontro ou acordo formal entre duas partes, que podem ser indivíduos, empresas ou países, para discutir e negociar assuntos de interesse mútuo.
“Fizemos entregas importantes, como o Plano de Bioeconomia, os contratos de REDD+, e em todas as agendas que a gente teve aqui no lançamento nos quatro primeiros dias, com a presença do governador, os resultados foram muito positivos. Agora, nesse final, passamos para uma agenda bilateral. Vários parceiros estão procurando o Amazonas para a gente poder se reunir e ver como que avança em algumas iniciativas”, explicou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
Previamente, na quarta-feira (12) ocorreu uma reunião com a Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (Ancat), que resultou na assinatura de um Memorando de Entendimento.
Pelo acordo, a Ancat será responsável por conduzir levantamentos e diagnósticos, desenvolver modelos técnicos para o encerramento de lixões, oferecer capacitação e acompanhamento técnico a catadores e gestores municipais, além de elaborar relatórios e recomendações conjuntas com a Sema.
Já a Sema contribuirá com informações e dados técnicos, coordenação com prefeituras e demais órgãos estaduais, apoio institucional à implementação dos projetos e avaliação dos planos e estudos produzidos no âmbito da parceria. O Memorando terá vigência inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado, e não prevê transferência de recursos financeiros entre as partes.
Sobre as agendas
A primeira reunião foi um encontro com a CEO da startup “Timbeter”, Anna-Greta Taskna, e com a diretora da empresa no Brasil, Selma Vasconcelos. A startup da Estônia propõe soluções baseadas em inteligência artificial para auxiliar no combate à exploração ilegal de madeira, e possui escritório nacional desde 2022. No encontro, foram discutidas possibilidades de integração às ações de fiscalização do Estado, por meio do Ipaam.
A segunda reunião ocorreu com o diretor de Clima da Wildlife Works, Jeremy Freund, e a representante da empresa no Brasil, Monique Vanni, para conhecer tecnologias de monitoramento de carbono florestal gerado por desmatamento e degradação, que podem impulsionar novos créditos de carbono para o Amazonas.
Também foi discutida, em caráter inicial, a possibilidade de cooperação voltada ao fortalecimento de associações comunitárias ligadas a Unidades de Conservação, visando apoiar o desenvolvimento de projetos socioambientais com foco comunitário.
A última reunião bilateral do dia foi com a diretora geral do Conselho de Manejo Florestal (FSC, sigla do inglês para Forest Stewardship Council), Subhra Bhattacharjee. A instituição manifestou interesse em criar um projeto-piloto com o Governo do Amazonas para certificar créditos de carbono dos projetos de REDD+ estaduais.
A iniciativa, ainda em fase exploratória, tem potencial para agregar valor aos créditos estaduais ao alinhá-los a critérios reconhecidos internacionalmente pela FSC, ampliando confiança, governança e rastreabilidade no mercado de carbono.
O Amazonas na COP30
O Amazonas participa do evento com uma das programações mais robustas entre os nove estados da Amazônia Legal, com foco na valorização da floresta em pé, bioeconomia e transição energética justa.
O estado lançou o Plano de Bioeconomia e a Política Estadual de Transição Energética, o Inventário de Emissões Atmosféricas, portfólios com 50 projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o Inventário e o Catálogo com ações e pesquisas para o enfrentamento à estiagem e eventos climáticos extremos no Amazonas.
Também assinou o primeiro contrato de REDD+ do Amazonas para o Parque Estadual Sucunduri, além da contratação da banca organizadora para o primeiro concurso público da Sema.
O programa de construção de moradia sustentável Amazonas ECOLar e cases de sucesso, o Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), além das bases Arpão também foram temas debatidos nas plenárias do encontro.







