Durante a Semana Nacional da Doação Voluntária de Sangue, celebrada em 25 de novembro, o oncologista Dr. Peter Silva, da Oncológica do Brasil, destaca um ponto que nem sempre é lembrado pelo público: a doação de sangue é parte essencial do tratamento de muitos pacientes com câncer, que dependem de transfusões em diferentes etapas da doença.
Embora o Brasil tenha registrado 3,31 milhões de bolsas coletadas em 2024, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de doadores voluntários segue em 1,6% da população, número que reforça a necessidade de ampliar o conhecimento sobre quem pode doar e qual o impacto do gesto na vida de pacientes que precisam dessa rede de solidariedade.
Por que a doação é tão importante para a oncologia
O Dr. Peter ressalta que, na prática clínica, a transfusão de sangue é fundamental para tratar anemia, repor plaquetas e permitir que muitos pacientes sigam com quimioterapia ou outros procedimentos.
“Grande parte dos pacientes oncológicos precisa de transfusão em algum momento do tratamento. A doação voluntária faz diferença direta na possibilidade de mantermos os níveis de estoque seguro dos hemocentros ou bancos de sangue de instituições privadas, e para assim, seguirmos com terapias que exigem estabilidade do sangue e das plaquetas”, explica o oncologista.
“Na oncologia, o sangue doado é um recurso essencial. Ele faz parte da rotina de cuidado e permite que muitos pacientes continuem seus tratamentos com segurança”, completa.
Mitos ainda afastam doadores
De acordo com o especialista, receios infundados reduzem o número de pessoas que comparecem aos hemocentros.
“Ainda existe muito mito. Muitas pessoas acreditam que doar enfraquece ou traz algum risco, e isso não é verdade. A doação é um procedimento seguro e rápido”, afirma o Dr. Peter.
Quem pode doar
- Idade entre 16 e 69 anos
- Peso acima de 50 kg
- Estar saudável, descansado e alimentado
- Jovens de 16 e 17 anos precisam de autorização
- Homens podem doar até 4 vezes ao ano (intervalo mínimo de 2 meses)
- Mulheres podem doar até 3 vezes ao ano (intervalo mínimo de 3 meses)
- Após Covid-19, gripe ou dengue, é necessário respeitar o período de recuperação
- Doação e impacto na vida de pacientes com câncer
- Pacientes com leucemias, linfomas e alguns tumores sólidos podem necessitar de transfusões repetidas para continuar seus protocolos terapêuticos.
“A continuidade de muitos tratamentos só é possível porque pessoas anônimas decidiram doar. É uma corrente de cuidado que sustenta vidas todos os dias”, destaca o oncologista.







