Em entrevista para o programa Faustão na Band, Camila Pitanga foi incisiva ao falar da importância do Dia Internacional da Mulher e dos dados assustadores de feminicídio e misoginia em território brasileiro. "Tivemos muitos avanços, mas estamos aquém. Estamos falando do Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, não é data de florzinha", afirmou ela.
Ela citou ainda o exemplo de diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho, ao lado da jogadora da seleção brasileira feminina de futebol, Formiga, que também participou do programa. "O Brasil precisa virar essa página, por isso tanta gente dando visibilidade e ter aqui do lado a Formiga, com toda a sua história de vida, é importante", explicou Pitanga.
No Brasil de 2022, gestos como esses não fazem sentido: de acordo com relatório da ONG Foro de Segurança Pública divulgado nesta segunda (7), a cada dez minutos uma mulher é estuprada no Brasil. O número aumentou 3,7% em 2021 em relação ao ano anterior, em um total de 56.098 casos reportados.
Uma mulher foi assassinada a cada sete horas em 2021, com 1.319 feminicídios registrados no país. Diante desses números, a atriz afirmou que a violência não pode jamais ser normalizada. "É uma consciência de homens e mulheres que a gente não pode normalizar, não podemos conviver com essa realidade. São pessoas sendo mortas todos os dias".
Em outubro de 2021, Camila Pitanga já havia falado sobre pobreza menstrual e demonstrado revoltado com o veto de Jair Messias Bolsonaro (PL) que nega acesso gratuito a absorventes nas escolas e para mulheres em situação marginalizadas.