Nesta quinta-feira, 31/3, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) fez o primeiro alerta sobre a cheia no Amazonas para este ano. A previsão inicial é que o rio Negro atinja a cota de 29,4 metros – que indica uma cheia muito grande – mas as chances de alcançar ou superar a marca histórica do 2021 (acima de 30,02 metros) são reduzidas. A Defesa Civil do estado também divulgou que 23 municípios do Amazonas estão em alerta.
De acordo com os pesquisadores, hoje o nível do Rio Negro está acima do normal, com 27,16 centímetros. Segundo o CPRM, a cota máxima deve ser atingida no mês de junho e pode variar entre 28,7 e 30,10 metros. A probabilidade da previsão é de 80% de confiança.
Segundo o CPRM, neste ano serão emitidos três alertas: o primeiro foi nesta quinta-feira, o segundo no dia 30 de abril e o terceiro no dia 31 de maio. Se houver necessidade, o órgão realizará mais um anúncio em junho.
“Neste ano há uma grande probabilidade de acontecer um evento extremo (cheia grave), com a recorrência de 15%. Mas a probabilidade de superar o nível do ano passado é bem baixa”, disse a pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil e responsável pelo sistema de alerta, Luna Gripp.
Fenômeno La Niña
Os pesquisadores citaram a influência do fenômeno La Niña no comportamento das chuvas na Amazônia, favorecendo o aumento das precipitações na região. Foi levada em conta também a comparação com a cota do Rio Negro no ano passado, que foi a maior dos últimos 100 anos.
Em relação às chuvas, o pesquisador Ricardo Dallarosa, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), disse que nos próximos três meses a influência do La Niña permanecerá na região. “A probabilidade de permanecer o fenômeno que estamos acompanhando é de 64%. Vamos ter anomalias positivas de precipitação na região”, citou Ricardo
Municípios em alerta
A Defesa Civil do Amazonas, que também participou da reunião, de forma virtual, divulgou que já tem 23 municípios do Amazonas sob situação de alerta. Na calha do médio Amazonas, são as cidades de Itacoatiara, Silves, Urucurituba, Autazes, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Silves. Na calha do baixo Solimões, Manacapuru, Careiro da Várzea, Anori, Caapiranga, Anamã, Codajás, Iranduba, Manaquiri e Careiro Castanho. E no alto Solimões Atalaia do Norte, Tabatinga, Tonantins, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Amaturá e Benjamin Constant.