O deputado Ricardo Barros (Progressistas), líder do governo na Câmara Federal, confirmou a discussão para a abertura de uma CPI que investigará a Petrobras, de forma que uma possível investigação “está em andamento”. Um encontro acontecerá, nesta segunda-feira, 20, a pedido do deputado Arthur Lira, presidente da Casa.
“Eu diria que a CPI está em andamento. A renúncia do presidente da Petrobras é um fato novo e haverá uma consulta hoje, às 17h, para a gente tomar alguma decisão. Há uma preocupação também com a criação da CPI, porque ela causa uma certa instabilidade. A decisão será uma decisão sensata. Se a decisão for instalar uma CPI, eu peço que seja uma decisão sobre o preço dos combustíveis e não uma CPI sobre a Petrobras”, disse Barros em entrevista ao BandNews TV.
Barros também pontuou o que seria debatido numa eventual CPI da Petrobras. Segundo ele, a investigação deve apurar a política internacional de preços, o endividamento da companhia, tributação e até sonegação no setor de combustíveis.
“Uma CPI do preço dos combustíveis analisaria, além da política de paridade de preço de importação, o endividamento da empresa – endividamento reflete nos preços –, a tributação sobre os combustíveis, a gestão da empresa e sonegação também. Tem muita sonegação no setor, que também afeta o preço dos combustíveis”, continuou o governista.
Renúncia de presidente
A entrevista aconteceu após a confirmação da renúncia do presidente José Mauro Coelho da presidência da Petrobras. Havia pressão do Palácio do Planalto e de parlamentares aliados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para que o gestor pedisse demissão depois do anúncio de reajustes da gasolina (5,18%) e diesel (14,25%) na última sexta-feira, 17.
Após a renúncia de Coelho, a Petrobras anunciou Fernando Borges, diretor-executivo de Exploração e Produção, como presidente interino da companhia até a eleição e posse do novo gestor. As trocas de comando é uma tentativa do governo de controlar os preços nas bombas.