O senador Marcos do Val prestou depoimento à Polícia Federal, na noite dessa quinta-feira (2/2), no âmbito da investigação que apura os atos criminosos de 8 de janeiro.
Na saída, ele reafirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro ficou em silêncio durante uma reunião com o ex-deputado federal Daniel Silveira na qual se falou sobre um plano de golpe que envolveria gravar e colocar em situação constrangedora o ministro Alexandre de Moraes.
“O que ficou muito claro que até eu fiz questão de mostrar para os delegados a conversa relatando para o ministro que o presidente não tinha ciente e que era uma insistência do Daniel”, disse.
Voltou atrás
Marcos do Val afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais nessa quinta-feira (2/2) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou coagí-lo para dar um golpe de Estado. Segundo ele, a proposta foi denunciada. Em post nas redes sociais, o parlamentar informou que vai sair da política.
“Eu ficava {palavrão} quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba pra vocês. Sexta-feira vai sair na Veja (revista) a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei”, afirmou o senador Marcos do Val.
Já durante entrevista coletiva nesta quinta, o senador Marcos do Val negou que o ex-presidente teve essa postura e que o então chefe do Executivo apenas ouvia uma “ideia esdrúxula” de Silveira.
“O presidente estava em uma posição semelhante à minha, escutando uma ideia esdrúxula do Daniel Silveira”, pontuou Marcos do Val após dizer que percebia que o ex-deputado queria achar uma forma de não ser preso.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes acatou pedido da Polícia Federal e determinou que o senador da República Marcos do Val (Podemos) preste depoimento à PF. A decisão do ministro ocorre após Marcos do Val divulgar nas redes sociais que recebeu propostas com o objetivo de cometer um golpe de Estado. Para Moraes, é preciso esclarecer detalhes das propostas que Marcos do Val citou. O repórter da Band Brasília, Túlio Amâncio, confirmou que a oitiva foi marcada para esta quinta (3/2), às 17h.