A Superintendencia do Ibama no Amazonas afirmou que o órgão e o fazendeiro Agenor Tupinambá chegaram a um acordo sobre o destino da capivara Filó. O órgão havia notificado o fazendeiro para que o animal silvestre fosse apreendido e estabeleceu multa de R$ 17 mil, devido à criação do bicho considerado silvestre.
Nesta sexta-feira, 28/4, o Ibama informou que o animal ficará no Centro de Triagem de Animais Silvestre (Cetas) até que seja encontrado um local seguro para devolver a capivara à natureza.
"Os veterinários, biólogos, família e assessoria do Senhor Agenor concordaram que seria melhor deixá-la no Centro de Triagem de Animais Silvestre (CETAS) do IBAMA onde ficará aos cuidados de Analistas e Técnicos habilitados e com os meios necessários para manutenção de sua saúde e bem-estar, podendo ser visitada por Agenor, até que se encontre um local adequado que já sendo estudado para sua devolução à natureza", diz nota.
Na noite dessa quinta-feira, 27/4, o fazendeiro e influenciador Agenor Tupinambá publicou uma carta aberta na sua conta no instagram com um texto de despedida à Filó.
"E depois desses dias de muito diálogo, incluindo com o IBAMA, o apoio de amigos incansáveis e de pensar em todas as possibilidades, eu e minha família nos despedimos da Filó. Em conciliação, o IBAMA deu a possibilidade para que a Filó ficasse próxima de mim e encontrasse um bando de capivaras para integração. Porém, aqui sabemos da dificuldade de encontrar um bando e dos riscos que ela poderia correr. Essa decisão dolorosa é pelo bem dela, ainda que isso me custe não ver mais seus pulinhos pra nadar e sua carinha comendo capim. E de tantos lugares para a Filó estar, o seu verdadeiro habitat natural é o meu coração e de lá ninguém arranca", escreveu.
Leia nota do Ibama na íntegra
Informamos que a equipe do IBAMA foi até o local onde o animal (capivara filó) estava e propôs a sua soltura nas proximidades de Autazes, no entanto a família do Senhor Agenor ponderou que o animal poderia se tornar alvo de caçadores da região.
Os veterinários, biólogos, família e assessoria do Senhor Agenor concordaram que seria melhor deixá-la no Centro de Triagem de Animais Silvestre (CETAS) do IBAMA onde ficará aos cuidados de Analistas e Técnicos habilitados e com os meios necessários para manutenção de sua saúde e bem-estar, podendo ser visitada por Agenor, até que se encontre um local adequado que já sendo estudado para sua devolução à natureza. Esta medida foi aprovada pelos veterinários e biólogos presentes na equipe.
A sugestão é que fique em uma Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral com o mínimo de presença humana, gerida e cuidada pelo ICMBIO, na qual há a incidência da espécie, ficando assim em ambiente natural e verdadeiramente livre para cumprir suas funções ecológicas de alimentação, convivência em bando, dispersão de sementes, reprodução e outras.
As decisões ocorreram de forma pacífica e conjunta entre as partes (Técnicos e Família Tupinambá), visando sempre o bem estar do animal.