Equipes da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) prenderam, na manhã desta sexta-feira (23/12), por volta das 6h15, durante a Operação Bagul, um casal pela prática de tráfico de pessoas com a finalidade de adoção ilegal, que resultou na venda de uma criança por R$ 1.500. A ação ocorreu no bairro Compensa, zona oeste.
Conforme a delegada Joyce Coelho, titular da unidade especializada, a mãe da vítima vivia em situação de vulnerabilidade social e os autores do crime se aproveitaram da situação para cometer a prática criminosa.
"Nós recebemos a denúncia no dia 15, quando essa senhora venezuelana [mãe] nos procurou, relatando que estava no país há pouco tempo e que estava passando por uma situação de extrema vulnerabilidade, inclusive, dormindo nas ruas do centro da cidade com três filhos pequenos, e que a filha caçula, uma menina de 11 meses, estaria com pneumonia. E no momento de desespero, na via pública, foi abordada por um casal que ofereceu ajuda, inclusive ajuda médica para a criança. Ela acabou aceitando e foi levada para a casa de um dos familiares deles. Lá, acreditando que estava sendo ajudada, deixou a criança ser levada para atendimento médico. Entretanto, foi dito para ela que a criança estava internada e ela não poderia ir visitá-la. Ela desconfiou e pediu ajuda de outros moradores [do bairro]", conta a delegada.
Ainda conforme a polícia, a criança foi vendida no dia 9 de dezembro e levada, da Compensa, para o município de Manacapuru e efetuou um pagamento de R$ 1.500.
"A pessoa que estava com a criança foi ouvida aqui na delegacia. Ela se defendeu dizendo que não sabia que estava comprando uma criança. A criança foi oferecida para ela como adoção e que ela aceitou por não poder ter filhos. O valor pedido a ela de R$ 1.500 era para ajudar a mãe da criança a voltar para o seu país", disse a delegada.
A delegada informou que o caso será investigado para que a polícia defina qual foi o verdadeiro papel da mulher que "adotou" a criança. "Tudo isso será esclarecido para que a gente verifique qual é a pena para cada um", concluiu a delegada.