O corpo indigenista Bruno Pereira, 41, morto na terra indígena do Vale do Javari, no Amazonas, será velado e cremado nesta sexta-feira, 24/6, a partir das 9h. A cremação está marcada para às 15h, no horário de Brasília.
A cerimônia fúnebre irá acontecer no Cemitério e Crematório Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. O cemitério disponibilizou uma página para envio de mensagens e orações.
Natural de Recife, Bruno Pereira deixou Pernambuco, em meados dos anos 2000, para seguir o sonho de trabalhar na Amazônia. Ele reconhecidamente defensor das causas indígenas. Casado com a antropóloga Beatriz Matos, o indigenista deixa três filhos.
O indigenista era considerado uma referência por colegas e para todos os povos indígenas, com os quais construiu uma relação de amizade ao longo dos anos. O ativista também foi coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Atalaia do Norte e era “experiente e profundo conhecedor da região". Em 2016, o servidor deixou o cargo.
Em 2018, se tornou coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai, chefiando a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos.
Bruno e o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, faziam uma viagem pelo Vale do Javari, quando foram rendidos e mortos. Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
O corpo jornalista chegou ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 23/6. Dom Phillips será velado e cremado no Cemitério Parque da Colina, no domingo, 26, entre 9h e o meio-dia, também no horário de Brasília.
O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF) liberou os corpos de Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira às respectivas famílias. Mesmo com a libaração dos corpos, os trabalhos de perícia continuam no Instituto Nacional de Criminalística, concentrados na análise de vestígios diversos.
Investigação
As mortes de Dom e Bruno foram confirmadas em 15 de junho, após o primeiro suspeito, Amarildo da Costa, o "Pelado", confessar o crime à Polícia Federal. Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de maio, segundo União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Segundo as investigações, Dom e Bruno foram rendidos e mortos após registrarem a prática de pesca ilegal de pirarucu na região. Os corpos foram decepados, esquartejados, queimados e depois jogados em uma vala.
Ainda naquela quarta-feira, após a indicação do local da ocultação dos corpos, "remanescentes humanos" foram encontrados pelas equipes de buscas. Os restos dos corpos chegaram a Brasília na quinta, 16, onde foram periciados. Na noite quarta-feira, 22/6, a PF confirmou que os corpos encontrados são de dom Phillips.
A perícia apontou ainda que Dom Phillips morreu com um tiro no peito disparado por uma arma de caça. Já Bruno Pereira recebeu dois tiros, um no tórax abdômen e outro na cabeça. No domingo, 19/6, a embarcação usada por Dom e Bruno durante a viagem ao Vale do Javari foi encontrada no Amazonas.
Até o momento, a Polícia Federal confirmou que quatro pessoas estão presas suspeitas pelo envolvimento nas mortes de Dom e Bruno. Veja, na galeria abaixo, quem são os detidos.