Manaus (AM) – O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) ratificou, nesta sexta-feira, 4, a declaração de situação de emergência na travessia do rio Igapó-Açú, no KM 261 da rodovia federal BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). A medida foi oficializada em uma portaria publicada no Diário Oficial da União, assinada por Orlando Fanaia Machado, superintendente regional do DNIT. A decisão ocorre em razão do risco iminente de interdição do trecho, conforme apontado pela coordenação de Engenharia Terrestre da autarquia.
A situação crítica no local ganhou destaque nesta semana após uma fila quilométrica de caminhões se formar à espera da travessia do rio em uma única balsa. O congestionamento, que incluiu veículos carregados com suprimentos e combustíveis, durou várias horas, afetando a entrega de mercadorias para o estado do Amazonas. Imagens aéreas feitas por drone, obtidas pelo portal O Convergente, mostram as dificuldades de trafegabilidade no local, evidenciando o impacto negativo para motoristas e moradores da região.
A situação no Igapó-Açú é apenas um exemplo dos problemas recorrentes enfrentados pelos usuários da BR-319. Grande parte da rodovia permanece sem pavimentação, o que a coloca entre as piores estradas do Brasil. Em abril deste ano, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) havia autorizado a retomada das obras de asfaltamento no lote ‘Charlie’, entre os quilômetros 198 e 250 da rodovia. A decisão, tomada pelo juiz federal Rafael Paulo Soares Pinto, pôs fim a uma paralisação de mais de 35 dias motivada pela ausência de licenciamento ambiental prévio.
No entanto, em julho, a Justiça Federal do Amazonas, por meio de uma liminar expedida pela juíza Maria Elisa Andrade, suspendeu a licença para a reconstrução e asfaltamento de outro trecho da BR-319, atendendo a um pedido feito pelo Observatório do Clima.
A emergência na BR-319 ocorre em meio à grave estiagem que já afeta mais de 747 mil pessoas no estado do Amazonas. O governador Wilson Lima tem defendido a pavimentação da rodovia como uma solução para o isolamento da região, especialmente durante períodos de seca, quando grandes embarcações enfrentam dificuldades para navegar pelos rios do estado. Segundo Lima, a BR-319 seria uma rota alternativa fundamental para garantir o transporte de insumos e produtos, minimizando os impactos econômicos da estiagem prolongada.
O DNIT não informou quando serão iniciadas as intervenções necessárias para solucionar os problemas no trecho do Igapó-Açú, mas a situação segue preocupante, com implicações diretas no abastecimento e na logística para o estado do Amazonas.
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Com informações do Notícias de Manaus