São Paulo (SP) – O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido em uma operação internacional após ser encontrado com um passaporte falso em sua posse, quando se preparava para deixar Paraguai com destino a El Salvador, de onde pretendia embarcar rumo aos Estados Unidos, com passagem marcada para Orlando. Ele foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão participação na trama golpista.
Condenado no STF
Silvinei Vasques, que esteve à frente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2021 e 2022, passou a ser investigado no Brasil por suspeita de interferência indevida da corporação no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
As apurações, conduzidas pela Polícia Federal e supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apontam que agentes da PRF teriam realizado blitzes e operações direcionadas sob sua gestão, com o suposto objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores, principalmente em regiões onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva aparecia à frente nas pesquisas eleitorais.
As condutas são analisadas pela Justiça como possível tentativa de impedir ou embaraçar o livre exercício do direito ao voto, o que configura grave violação ao processo democrático.
Em março de 2024, Vasques também foi condenado a ressarcir a União em mais de R$ 71 mil por causa de um episódio de agressão física contra um frentista em 2000, cuja responsabilidade civil foi eventualmente atribuída a ele — decisão que estabeleceu obrigação de pagamento por conduta imprópria de um agente público.
Mais recentemente, no âmbito de processo no STF conhecido como parte do “núcleo 2” da trama golpista associada aos eventos antidemocráticos, Vasques teve sua condenação confirmada pelo Supremo por atos que instrumentalizaram a PRF em benefício de planos golpistas eleitorais — embora os detalhes específicos, como penas e capítulos criminais, estejam sob sigilo de justiça ou em fase de recursos.
Prisões anteriores
O ex-diretor da PRF foi preso preventivamente em agosto de 2023, em Florianópolis, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no bojo da Operação Constituição Cidadã, que mirava a suposta interferência das forças federais no processo eleitoral de 2022. Na ocasião, a Polícia Federal argumentou que havia indícios de uso de recursos humanos e materiais da PRF para operações com viés político-eleitoral, principalmente no Nordeste do país.
A prisão preventiva já havia sido objeto de controvérsia judicial: o ministro Kassio Nunes Marques chegou a suspender a quebra de sigilos de Vasques determinada pela CPMI dos atos de 8 de janeiro, por entender que a justificação não foi devidamente fundamentada.
Ao longo de sua detenção, a defesa entrou com pedidos de soltura alegando, entre outros pontos, tempo excessivo de prisão preventiva sem denúncia formal e riscos à integridade física do ex-dirigente.
*Com informações do site Band.com








