Terminou sem acordo a reunião das associações profissionais dos funcionários da segurança pública federal nesta segunda-feira, 18/4. Recebidos pelo ministro Anderson Torres, da Justiça, as categorias cobraram a restruturação das carreiras e o consequente aumento superior aos 5% oferecidos pelo Governo Federal.
Nesta terça, 19/4, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal convocou um assembleia extraordinária para debater medidas contra a proposta do reajuste linear oferecido pelo Planalto.
Na semana passada, a equipe do presidente Jair Bolsonaro anunciou um reajuste de 5% no salário de todos os servidores públicos a partir de junho. A medida desagradou a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, que esperam um aumento suspeito aos dois dígitos da inflação do ano passado.
A categoria argumenta que o plano de cargos e salários está defasado é que outros servidores já passaram pela reestruturação funcional e consequente melhoria nos vencimentos.
O governo tinha reservado R$ 1,7 bilhão para contemplar os profissionais da segurança pública federal, importante base de apoio do presidente. Com a decisão de reajuste linear, o valor necessário varia entre R$ 6 bi e R$ 7 bilhões. Cortes nos orçamentos dos ministérios devem ser efetivados para pagar a conta.
Outras categorias, como os servidores do Banco Central e da Receita Federal já falam em endurecer a operação padrão vigente. Com a “greve”, os boletins com projeções econômicas do BC estão atrasados e a liberação de produtos nas alfândegas e aduanas já passa dos 20 dias.
No fim de semana, os produtores de massas e biscoitos levantaram o receio de desabastecimento de trigo no mercado paulista por conta da retenção da carga de trigo no Porto de Santos. O sindicato dos servidores da Receita Federal afirma que segue liberando cargas perecíveis ou de interesse da sociedade, mas que a operação padrão impacta mesmo as operações portuárias.
A colunista de economia da BandNews FM, Juliana Rosa, apurou na equipe econômica de que não há disposição para aumentos maiores do que os oferecidos e de que o reajuste acima da inflação para o período vai contra a legislação eleitoral, né em vigência.