O governo brasileiro pretende arrecadar US$ 10 bilhões (cerca de R$ 53,5 bilhões) em recursos públicos para o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) até 2026. A meta, segundo integrantes da equipe econômica, seria suficiente para iniciar a remuneração de países que preservam sua vegetação nativa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já afirmou publicamente que o valor é factível. Nos bastidores, porém, diplomatas ouvidos pela reportagem demonstram ceticismo e avaliam que o montante é difícil de alcançar no prazo previsto.
De acordo com interlocutores do governo reunidos em Belém, no Pará, onde ocorre a preparação para a COP 30, o principal desafio é convencer os países ricos a aderirem à proposta. “Os países desenvolvidos ainda não compraram a ideia”, reconheceu um diplomata sob reserva.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, por exemplo, já anunciou que não pretende investir no fundo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aposta em um almoço com líderes mundiais, marcado para esta quinta-feira (6), durante a Cúpula de Chefes de Estado — evento preparatório para a COP30, que começa na segunda-feira. O encontro é visto pelo Palácio do Planalto como uma oportunidade para tentar destravar negociações e buscar compromissos financeiros.
A proposta original para a estruturação do TFFF previa um aporte total de US$ 25 bilhões. O Brasil, idealizador da iniciativa, já anunciou uma contribuição inicial de US$ 1 bilhão, via Fundo Clima.
Diferentemente de fundos de doação, o TFFF tem caráter de investimento: remunerará países que mantiverem suas florestas em pé e também investidores que aplicarem recursos no mecanismo.









