Manaus (AM) – O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), esclarece que imagens de satélites apontam que a fumaça que encobriu Manaus, nesta quarta-feira (20), teve origem nos municípios de Autazes, Careiro e Iranduba, somado à influência dos ventos trazidos pelo Atlântico Sul, o que é um evento anormal para a Amazônia. O trabalho de monitoramento e de prevenção e combate às queimadas segue com o apoio da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).
“A principal origem dessas fumaças que se concentraram em Manaus foi oriunda da região metropolitana, sendo que a maioria delas é de áreas de várzea, e essas áreas estão experimentando, atualmente, com a descida dos rios e essa seca que temos monitorado, uma característica de pegar fogo nessas vegetações. E o fogo é de maneira quase espontânea com caco de vidro, alguém que joga uma cinza de cigarro, ou alguma coisa que potencializa nesse período extremamente seco”, explicou o secretário de estado do meio ambiente, Eduardo Taveira.
O aquecimento no Oceano Pacífico provoca o El Niño, evento climático que desloca as massas de ar quente e inibe a formação de chuva na região. No entanto, está ocorrendo, ao mesmo tempo, um superaquecimento do Oceano Atlântico. Esses dois eventos, ocorrendo ao mesmo tempo, reduzem o fluxo de ventos que vêm do Oceano Atlântico norte (de onde provêm nossos ventos predominantes), e aumentam o fluxo do Atlântico sul.
Isso significa que os ventos na Região Metropolitana de Manaus estão sendo trazidos do sudeste do estado, área com maior quantidade de focos de calor e queimadas. Eduardo Taveira destaca os esforços do Governo do Estado tanto no monitoramento quanto no combate às queimadas.
“O nosso estado reduziu em mais de 60% o desmatamento, e mesmo com esses fatores de agora conseguiu reduzir também em 20%, se comparado com o mesmo período do ano passado, as queimadas. Liberamos para a contratação, em 10 municípios prioritários, cerca de 17 brigadistas para ajudarem as prefeituras nesse combate direto aos incêndios”.
O secretário ainda pontuou que, atualmente, menos de 30% dos focos de queimadas no estado são em floresta, e que 70% predominam em áreas consolidadas, como terrenos e quintais. Ele fez um apelo para que a população encontre alternativas para a limpeza desses locais.
“É importante que as pessoas não usem o fogo para limpar os seus quintais e terrenos, mas que usem alternativas. Isso é um compromisso que todos nós devemos ter porque esse problema climático pelo qual estamos passando no Brasil e no mundo afeta todos nós, e só vamos conseguir vencer e superar esse momento difícil, se tivermos a consciência de que são necessários novos modelos de organização e limpeza de terrenos”.
Corpo de Bombeiros
Desde o início do verão amazônico, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) teve um aumento expressivo de atendimento de ocorrências de incêndio, que impactam no acúmulo de fumaça nos centros urbanos. Entre 12 de julho e 17 de setembro, foram atendidas 1.193 ocorrências de incêndio, sendo 473 destes casos na capital.
A corporação integra a força-tarefa do Governo do Amazonas de combate ao desmatamento e às queimadas no estado, por meio das operações Tamoiotatá e Aceiro no interior do estado. Na capital, o combate aos incêndios tem acontecido por meio da operação Céu Limpo.