Manaus (AM) – A Justiça do Amazonas realiza nesta terça-feira (7) o julgamento de Gil Romero Machado Batista, (41), acusado de assassinar Débora da Silva Alves (18), que estava grávida de oito meses. O corpo da jovem foi encontrado no dia 3 de agosto, em uma área de mata do bairro Mauazinho, zona Leste de Manaus. A vítima teve o corpo queimado dentro de um tonel e o bebê arrancado da barriga.
Familiares e amigos de Débora ocuparam a entrada do Fórum Ministro Henoch Reis, na zona Sul, para pedir por justiça pela morte dela e da criança. Cartazes e camisas com o nome da jovem e do filho foram usados em sinal de protesto. "O luto virou luta" e "Justiça por Débora e Arthur" foram alguns dos dizeres estampados. A audiência foi marcada para 8h30 e iniciou por volta e 10h20.
O juiz do caso é James Oliveira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Oito testemunhas de acusação devem depor contra Gil Romero, que responde por tortura, feminicídio e ocutação de cadáver. Réu confesso e primário, ele tem o advogado Vilson Gomes Benayon Filho na defesa. O acusado acompanha o julgamento por videoconferência no Centro de Detenção Provisória (CDPM1), onde está preso desde 9 de agosto.
Outro acusado de participar do crime é José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”, que ajudou Gil Romero a matar Débora e ocultar o cadáver. Nego é defendido pela defensora pública Ellen Cristine Alves de Melo.
Relembre o caso
No dia 29 de agosto, Débora da Silva Alves saiu de casa para encontrar Gil Romero Machado Batista, de quem estava grávida. Após isso, a família da jovem passou a procurá-la, pois ela parou de fazer contato.
De acordo com a investigação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o acusado atraiu a jovem até uma usina onde ele trabalhava como vigilante, no bairro Mauazinho, para tratar sobre a paternidade do bebê. Dentro de um carro Honda Civic, eles iniciaram uma discussão. Gil Romero agrediu Débora fisicamente e a deixou desacordada.
Após isso, ele chamou José Nilson e ambos estrangularam a mulher com uma corda. Em seguida, a levaram para um galpão e atearam fogo em seu corpo, depois a jogaram em uma área de mata.
“Gil Romero já em seu trabalho, pensou que se a criança fosse localizada, ele seria apontado como principal suspeito, motivo pelo qual, pegou uma faca de pão, abriu a barriga da jovem e retirou o bebê, que já estava morto, e colocou dentro de uma saca de estopa, junto com diversos materiais de restos de obra”, contou Deborah Barreiros, delegada que atuou no caso.
Em depoimento, o acusado disse ter colocado a saca dentro do porta-malas do carro e foi até o Porto da Ceasa, zona Sul, onde pegou um catraieiro e atravessou para o município de Careiro (a 88 quilômetros de Manaus), onde no meio da viagem jogou a saca dentro do rio, que afundou devido ao peso.
Após tomar conhecimento das notícias do desaparecimento de Débora, e sabendo que seria procurado pela Polícia, o acusado disse à família que havia feito ‘uma grande besteira’, e precisava fugir.
Gil Romero foi preso no dia 8 de agosto em Curuá, estado do Pará, durante uma operação conjunta entre as polícias civis do Amazonas e Pará.