O projeto "Laboratório de Turismo", lançado este mês pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Accor Hotels, oferece curso digital gratuito para capacitar empreendedores do segmento além de interessados em informações da área. O projeto traz oito aulas que abordam desde conceitos de ecoturismo, desenvolvimento de roteiros, gestão empreendedora e jornada do turista, até a criação de modelos de negócio e uso de ferramentas digitais para venda. O conteúdo já pode ser conferido no canal do YouTube da FAS.
O objetivo, segundo os organizadores, é fortalecer o setor na região amazônica, além de capacitar agentes do setor para a oferta de experiências sustentáveis, autênticas, dentro do conceito de ecoturismo.
Segundo o gerente do Programa de Empreendedorismo da FAS, Wildney Mourão, o projeto foi adaptado para o formato digital devido a impossibilidade de realização presencial imposta pela Covid-19. Além de poder ser acessado por qualquer pessoa por meio da internet, o curso será entregue a empreendedores de comunidades da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro e das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro, de Puranga Conquista e do Uatumã, que são apoiadas pela organização.
“Reunimos um grupo de profissionais especialistas nas áreas de turismo, gestão, empreendedorismo, tecnologia e inovação para formatar esse material, para que atenda prioritariamente as comunidades ribeirinhas e indígenas que trabalham com ecoturismo e turismo de base comunitária, mas também universitários, empreendedores, professores e pessoas que querem empreender no segmento”, disse.
Jornada de mercado
O lançamento do Laboratório de Turismo ocorreu durante a primeira edição do podcast "Jornada de Mercado", que tem como proposta estimular diálogos sobre a retomada econômica verde na Amazônia, projetando caminhos, possibilidades e oportunidades para a cadeia produtiva do turismo.
De acordo com levantamento da FAS, na região do Baixo Rio Negro, que atua principalmente com o ecoturismo e turismo de base comunitária, a projeção de faturamento do setor neste ano é de mais de R$ 900 mil, que representa um aumento expressivo nessa retomada econômica. Já na RDS do Uatumã, onde o turismo de pesca esportiva sustentável é o grande atrativo, o faturamento deve ser de mais de R$ 2,6 milhões, representando um aumento de quase 80% em relação ao ano passado.
Mesmo diante do avanço, a organização segue trabalhando na busca de caminhos e oportunidades para ajudar as comunidades a superarem os efeitos sofridos. Durante o mês de novembro, foram realizadas visitas técnicas e orientações em 12 empreendimentos de turismo e artesanato da RDS do Rio Negro, com o objetivo de construir um plano de retomada econômica para 2022.
“Buscamos identificar quais são as principais demandas desses pequenos empreendimentos para o ano que vem, de modo que a gente possa construir um plano de ação para atender coletivamente ou individualmente cada negócio, seja com a viabilização de crédito, auxiliando na questão mercadológica ou ainda promovendo qualificação empreendedora”, explicou Wildney Mourão.