No discurso de abertura da primeira reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que muitos dos ministros foram resultados de acordos políticos para que o governo tenha bom trânsito no Congresso Nacional. O encontro acontece na manhã desta sexta-feira (6/1). Segundo o petista, não tem hora para acabar.
“Muitos de vocês [ministros indicados por Lula] são resultados de acordos políticos, porque não adianta a gente ter o governo, tecnicamente, mais formado em Harvard possível e não ter um voto na Câmara dos Deputados e não ter um voto no Senado”, pontuou Lula aos ministros.
“É o Congresso que nos ajuda”
No mesmo sentido, o presidente reforçou a necessidade de ser honesto com a população a respeito da articulação política do Palácio do Planalto com os parlamentares. Com isso, Lula reforçou que o governo não mandará no Congresso.
“É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso, e, por isso, cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado ou cada deputada, ou cada senador ou cada senadora”, continuou o presidente.
Crescimento com responsabilidade
Lula também discursou em prol do crescimento econômico com responsabilidade, ao mesmo tempo em que defendeu a distribuição de renda e riqueza. Para o presidente, também é necessário investir na seguridade do trabalhador, a exemplo de questões previdenciárias e carteira assinada.
“É possível a gente fazer a economia voltar a crescer. É possível a gente voltar a crescer com muita responsabilidade. É possível a gente voltar a crescer com distribuição de renda e de riqueza. E é possível a gente gerar emprego que garanta ao trabalhador um pouco de seguridade social”, afirmou o petista.
Tom contra Bolsonaro
O discurso do presidente foi aberto com um tom de pacificação e união do povo brasileiro, dado o histórico de polarização nas últimas eleições. Lula também alfinetou o governo anterior ao dizer que a gestão liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “semidestruiu” políticas educacionais e de saúde.
“Este país foi semidestruído naquilo que foram as políticas sociais, educacionais, políticas de saúde que nós fizemos, política de investimentos, tanto em rodovias e ferrovias quanto o Minha Casa, Minha Vida. Tudo isso foi paralisado”, disparou Lula.