O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aguardado em Brasília nesta segunda-feira (26) depois de passar o Natal com a família em São Paulo. O petista ainda precisa definir os nomes dos ocupantes de 16 ministérios e a expectativa é que os anúncios aconteçam até terça-feira (27).
Ao longo do fim de semana, foram muitas as especulações sobre os futuros ministros. A principal pendência é sobre os postos disponibilizados para a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e a deputada federal eleita por São Paulo Marina Silva (Rede-SP).
Ambas foram consideradas importantes apoios para o segundo turno e a conquista de votos de indecisos e eleitores mais ao centro que ainda resistiam em votar em Lula. Na sexta-feira (23), as duas parlamentares estiveram com o presidente eleito na capital federal.
Depois da conversa, o nome de Marina ganhou força para a chefia do Ministério do Meio Ambiente, pasta que ela já ocupou nos dois primeiros governos de Lula. A ambientalista teria recusado um cargo na Autoridade Climática, agência governamental que será criada para combater o aquecimento global em coordenação com diferentes órgãos do governo. Ela teria indicado o nome da ex-ministra Izabela Teixeira para o posto.
Com Marina no Meio Ambiente, a vaga que seria disponibilizada para Simone Tebet ficou incerta. A senadora é vista como possível ocupante dos ministérios do Planejamento ou Cidades.
Lula também deve anunciar ministérios que ficarão a cargo de parlamentares indicados pelos MDB, PSD e União Brasil. Os partidos são cortejados para compor uma base de apoio consistente no Congresso no próximo governo.
As últimas indicações para cargos no primeiro escalão são discutidas pelo presidente eleito e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A deputada federal pelo Paraná também é coordenadora da articulação política da transição.
Na semana passada, Lula anunciou a indicação de 16 futuros ministros. Alguns dos nomes confirmados foram os de Camilo Santana (PT-CE), ex-governador cearense e senador eleito, no ministério da Educação, Nisia Trindade, presidente da Fiocruz, para a Saúde, e Anielle Franco, jornalista e irmã da vereadora assassinada Marielle Franco, para a Igualdade Racial.
Ao todo, já são conhecidos os nomes de 21 futuros ministros. O novo governo já disse que terá 37 estruturas na Esplanada dos Ministérios.
A semana antes da posse também deve ser utilizada para nomeações dos cargos do segundo escalão, como a presidência de bancos públicos e empresas estatais, além do anúncio de nomes que vão compor as equipes dos ministérios.
Em Brasília, a preocupação também é grande com a segurança do presidente eleito. O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse neste domingo (25) que a segurança da cerimônia de posse, no dia 1º de janeiro, será reavaliada e revista após os acontecimentos dos últimos dias.
Um apoiador do presidente Jair Bolsonaro foi preso no sábado (24) acusado de planejar explosões na capital federal. Neste domingo (25), um explosivo foi detonado pelo Bope na região do Gama, a 40 quilômetros do Plano Piloto, sede do Poder Executivo. E um grupo foi preso suspeito de planejar um ataque ao Supremo Tribunal Federal.