Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi empossado pelo Congresso Nacional neste domingo (1º) como presidente de República. Geraldo Alckmin também foi empossado, como vice-presidente. Os políticos subiram a rampa do Congresso lado a lado e ambos assinaram o termo de posse da presidência.
Lula também fez um discurso no Congresso, falando da união e reconstrução do Brasil. “Nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que esta Nação levantou vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer este edifício que vamos dirigir todos os nossos esforços", afirmou.
O presidente da República também fez críticas ao antigo governo e disse que os relatórios do Gabinete de Transição são “estarrecedores”. “Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública”, disse.
O maior destaque do discurso foi o ato de revogar decreto de armas durante. Segundo ele, as armas de fogo foram as que vitimaram famílias pelo Brasil nos últimos quatro anos. “Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo", citou.
Liberdade de acesso e expressão
Ele anunciou que o Portal da Transparência irá retornar para a liberdade de acesso dos brasileiros às contas do Estado. “A partir de hoje, a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público”, discursou.
“A liberdade que sempre defendemos é a de viver com dignidade, com pleno direito de expressão, manifestação e organização. A liberdade que eles pregam é a de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente e impor a lei do mais forte acima das leis. O nome disso é barbárie”, completou.
Valorização da democracia
Lula falou em união e discursou com um aceno à redemocratização em 1984. “Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!”, bradou.
Para ele, a política e democracia é o melhor caminho para o Brasil. “Reafirmo, para o Brasil e para o mundo, a convicção de que a Política, em seu mais elevado sentido – e apesar de todas as suas limitações – é o melhor caminho para o diálogo entre interesses divergentes. Negar a política, desvalorizá-la e criminalizá-la é o caminho das tiranias”, disse.
Lula fez críticas a gestão da saúde no Brasil
No discurso, Lula fez críticas a gestão da pandemia da Covid-19 pelo governo Bolsonaro. Ele citou que "as responsabilidades por este genoci´dio ha~o de ser apuradas e na~o devem ficar impunes".
Ministérios novos e recriados
Lula também explicou as razões para a criação dos ministérios de Igualdade Racial e dos Povos Indígenas, além de recriar o Ministério das Mulheres e da Cultura. “A alma do Brasil reside na diversidade”, afirmou.
No discurso, ele disse que é inadmissível a falta de pastas para representatividade de negros, pardos, indígenas e mulheres. “Que brotem todas as flores e sejam colhidos todos os frutos da nossa criatividade, Que todos possam dela usufruir, sem censura nem discriminações”, disse.