Manaus (AM) – O câncer de mama segue como o tipo mais frequente e letal entre mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Apesar disso, apenas 29% das brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, afirmam ter informações suficientes para orientar sua prevenção e acompanhamento, aponta o Índice de Conscientização sobre o Câncer de Mama 2025.
De acordo com o oncologista Dr. Peter Silva, da clínica Oncológica do Brasil, os números evidenciam a urgência de campanhas educativas mais efetivas e de um debate sobre desinformação:

“Muitas mulheres ainda se baseiam em crenças antigas, repassadas de geração em geração. O problema é que, enquanto acreditam em mitos, deixam de adotar hábitos de prevenção comprovadamente eficazes.”
Desinformação e lacunas no conhecimento
O levantamento revela que quatro em cada dez mulheres não adotam práticas para reduzir o risco da doença, enquanto 37% identificam apenas o nódulo na mama como sinal de alerta. Além disso, 21% acreditam que o autoexame é a principal forma de detecção, quando a mamografia é o exame indicado por entidades médicas.
O desconhecimento se estende a direitos e fatores de risco. Noventa e cinco por cento das entrevistadas não conhecem a Lei dos 30 Dias, que garante a entrega de resultados de exames suspeitos em até um mês. O oncologista destaca: “A Lei dos 30 Dias garante rapidez na entrega de resultados suspeitos, mas o desconhecimento é enorme. Informar as mulheres sobre seus direitos é tão importante quanto desmistificar mitos sobre a doença.”
Outros desconhecimentos incluem: 68% ignoram que histórico familiar/genético aumenta o risco; 79% não sabem que o diagnóstico precisa ser confirmado por biópsia; 86% desconhecem que é possível realizar mamografia pelo SUS mesmo fora da faixa etária recomendada, caso haja indicação médica.
Fatores de risco reais e hábitos de prevenção
Segundo o INCA, apenas 10% dos casos de câncer de mama são hereditários. O restante está ligado a fatores comportamentais e hormonais, como obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, uso prolongado de hormônios e idade acima de 50 anos.
Pesquisas complementares, como levantamento da Oncoguia/Ipec, mostram que mais da metade das mulheres ainda acredita em mitos, incluindo ideias equivocadas sobre sutiãs, trauma na mama ou substituição da mamografia pelo autoexame.
O especialista desmistifica alguns mitos: “O estilo de vida tem impacto direto na saúde das mamas. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente e realizar os exames de rotina são atitudes que reduzem o risco da doença e aumentam as chances de um diagnóstico precoce.”
*Com informações de Erike Ortteip/ Assessoria