Humaitá (AM) – O município de Humaitá, no Sul do Amazonas, enfrenta uma grave crise ambiental durante o período de estiagem, que tem intensificado as queimadas na região. Além da fumaça provocada pelos incêndios florestais, moradores do município, denunciam a emissão de fumaça tóxica proveniente de um lixão irregular.
Localizado próximo a uma área onde vivem cerca de 500 famílias de agricultores, o lixão já mostra sinais de combustão com o aumento da temperatura e a seca. Imagens registradas por moradores mostram focos de incêndio no local, que tem se transformado em uma ameaça constante à saúde pública.
A outra imagem mostra o espaço do lixão, que continua sendo usado como se fosse normal despejar lixo ali sem nenhuma estrutura.
“O lixão é totalmente irregular, não tem controle, não tem tratamento, não tem nada”, afirmou um dos moradores, que pediu para não ser identificado. A comunidade relata que, todos os anos, com a chegada do verão amazônico, a situação se repete, trazendo mau cheiro, problemas respiratórios e sensação de abandono por parte do poder público.
Apesar das denúncias e de fiscalizações anteriores, o lixão segue operando há mais de 20 anos. Em 2017, a Prefeitura de Humaitá chegou a ser multada em R$ 13 milhões, mas o valor nunca foi cobrado devido a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Federal (MPF).
A manutenção do lixão também fere diretamente a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que completou 15 anos no último dia 2 de agosto e previa o fechamento de todos os lixões do país. “Mesmo com leis, fiscalizações e promessas, continua tudo do mesmo jeito. Aqui, a lei parece não valer nada”, desabafou um morador.