Na manhã desta quinta-feira, 16/12, a Polícia Federal realiza a Operação Ptolomeu, que tem como alvo um grupo de empresários e agentes públicos suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à cúpula do Governo do Acre. Em Manaus, os policiais federais cumprem mandado de busca e apreensão em um condomínio de luxo na Ponta Negra, zona Oeste.
Ao todo, são cumpridos 41 mandados de busca e apreensão e um de prisão no Acre, no Amazonas e no Distrito Federal. O apartamento do governador do estado, Gladson Cameli (PP) é um dos locais onde as buscas são realizadas.
Segundo a investigação da PF do Acre, o grupo, formado por empresários e por agentes públicos ligados à gestão estadual, aparelhou a estrutura do governo para cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, desviando recursos públicos e ocultando a destinação dos valores.
A CGU apurou que as empresas envolvidas têm diversos contratos com o governo acreano. Parte deles envolve convênios federais e repasses relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento de suas funções públicas dos ocupantes dos seguintes cargos: Secretário de Estado da Indústria, Ciência e Tecnologia, Chefe de gabinete do governador, Assessor do escritório do governo do Acre em Brasília e Chefe de segurança do governador.
Transações suspeitas
Durante a investigação, foram identificadas diversas transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito, transações de imóveis de alto valor e aquisições de veículos de luxo por valores mais baixos do que os de mercado. Também foi verificado que o grupo frequentemente movimentava grande quantidade de dinheiro em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública do estado.
Além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o bloqueio de cerca de R$ 7 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de carros de luxo comprados com os recursos desviados do governo. Também foi determinado pelo STJ que os investigados sejam proibidos de acessar órgãos públicos e de fazer contato entre si.