País – O apresentador Fausto Silva, de 73 anos, foi internado na segunda-feira (18) para realizar exames pós-operatórios devido ao transplante de coração feito no fim de agosto. Ele chegou a ficar internado por mais de um mês após apresentar um grave quadro de insuficiência cardíaca.
Segundo nota enviada à Band, o Hospital Albert Einstein informa que o apresentador faz os exames como protocolo pós-transplante. “O paciente Fausto Silva deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein no dia 18 de setembro para a realização de exames pós-transplante cardíaco. Trata-se de protocolo de rotina que avalia o funcionamento do coração e se há indícios de rejeição”, afirma a nota.
Tudo começou com uma insuficiência cardíaca
Logo após a exibição do último Faustão na Band, João Guilherme, filho do apresentador, postou um vídeo do pai, que havia sido internado às pressas, nas redes sociais. Tratando uma insuficiência cardíaca, ele declarou: "Ô, galera. Hoje que minha filha estreou, que fiz meu último programa na Band e que recebi uma mensagem maravilhosa do Johnny Saad… eu, por sorte, ainda não morri. Estou preparado para as coisas da vida".
A insuficiência cardíaca é uma condição progressiva na qual o coração perde a capacidade de bombear o sangue na quantidade necessária para nutrir o organismo. Isso pode acontecer devido ao enfraquecimento ou enrijecimento do músculo cardíaco. O tratamento inclui o uso de medicamentos, mudança nos hábitos de vida e tratar a causa primária da condição.
Contudo, quando esse tipo de tratamento para insuficiência cardíaca não consegue melhorar ou estabilizar a condição, o transplante de coração é indicado. Um estudo da revista eletrônica “Acervo Médico” sobre as complicações neurológicas após cirurgia cardiovascular explica que o transplante cardíaco é considerado uma opção terapêutica definitiva para pacientes com insuficiência cardíaca terminal, com taxas de sobrevida crescentes.
Nas últimas décadas o avanço tecnológico promoveu a diminuição da morbimortalidade em cirurgias cardíacas. Mas as complicações neurológicas representam importante causa de morbidade no período pós-operatório, sendo responsável por grande parcela de óbitos.
Estudos apontam uma incidência dessas complicações, de diferentes graus, em até 75% dos pacientes, sendo as alterações mais comuns psicológicas transitórias, como déficits de atenção e memória, até eventos mais graves como o acidente vascular encefálico (AVE) extenso.
Somado a isso, existem alguns fatores de risco que corroboram, como: idade avançada, a presença de doença encefálica-vascular prévia e de doença ateromatosa, quando um acúmulo de gordura e cálcio se formam na parede dos vasos sanguíneos, e procedimentos intracardíacos.
Faustão passa por transplante de coração
O ex-apresentador da Band ficou um mês internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou passar por um transplante de coração. O boletim médico divulgado no dia 27 de agosto, ressaltou que a cirurgia foi um sucesso. “O Einstein foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada de hoje, quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B. A cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30”, diz trecho do boletim enviado pelo hospital.
O Ministério da Saúde explicou, a prioridade do apresentador para realizar a cirurgia de transplante de coração. De acordo com a pasta, o estado grave da saúde de Faustão esteve entre os motivos que priorizaram a escolha dele para receber o coração. O governo federal ainda ressaltou que, entre 19 e 26 de agosto, 13 transplantes do tipo foram feitos no Brasil, a maioria em São Paulo.
A nota da Saúde também reforça que a lista para transplantes, no Brasil, vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), é única e vale para pacientes das redes pública e privada. Vários critérios técnicos, inclusive, são adotados para a seleção do receptor, entre tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão.
“Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, explica a pasta.