O Comitê de Política Monetária (Copom ) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75%. O anúncio ocorreu nessa quarta-feira (22/3). A expectativa do mercado era de que a taxa Selic não se alterasse neste momento. Esta é a quinta vez que o Copom mantém a taxa neste nível.
Apesar das tentativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de abaixar a taxa, não houve mudança alguma. Lula vive uma queda de braços contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado no governo de Jair Bolsonaro, cujo mandato vai até 2024.
Segundo nota do Banco Central, a ideia de manter os juros a este nível se justifica pelo “ambiente externo que se deteriorou”. “Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento. Em paralelo, dados recentes de atividade e inflação globais se mantêm resilientes e a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista”, pontua a nota.
O Banco Central acredita que os juros altos manterão a inflação controlada, dada a situação mundial e o cenário de desaceleração esperado pelo Copom no Brasil. Por outro lado, governistas alegam que a Selic está acima do aceitável e que isso estagna a economia.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza e Renato Dias de Brito Gomes.
A atual taxa Selic é a maior desde o reajuste estabelecido de dezembro de 2016 até 11 de janeiro de 2017, quando também estava em 13,75%. A última vez em que a Selic teve um valor mais alto do que esse foi no ciclo de 19 de outubro de 2016 até 30 de novembro de 2016, quando o índice foi a 14% ao ano. O Copom se reúne a cada 45 dias.