País – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (11) que “não negocia com o centrão, mas com os partidos” e afirmou que, sem a base de apoio e maioria no Congresso, o governo “se mata”. A declaração do petista foi feita durante o “Conversa com o Presidente” desta semana.
“A gente não negocia com o centrão, o centrão não é um partido político, o centrão se junta em função de determinadas coisas, mas habitualmente você negocia com o partido”, declarou o petista. “Você não negocia com suplente, você negocia com quem foi eleito e, portanto, você tem que estar aberto para conversar”, disse Lula.
Para Lula, é normal negociar com outros partidos e destacou que as aprovações recentes, como a reforma tributária e o Carf, demandaram negociação dos líderes do governo no Congresso, como do senador Jaques Wagner e do ministro Alexandre Padilha.
“É preciso ter paciência, conversar com quem você gosta, com quem você não gosta, ouvir coisas boas e coisas ruins. Então, aí que se dá a negociação, não é a política do dando que se recebe que todo mundo fala”, pontuou o presidente.
“Um partido que ganha as eleições precisa construir uma maioria para governar o Brasil. O que é uma maioria para governar? É para ter tranquilidade de votar as coisas que o governo considera que são importantes para o país, para a sociedade brasileira. Você tem que ter a maioria, porque, se não, você se mata”, observou.
Reforma tributária
“Então, nós precisamos construir essa governabilidade, e ela foi construída para votar a política tributária porque não era uma coisa de interesse do Haddad do Lula, era uma coisa de interesse do país, o país precisava de um política tributária”, destacou o presidente ao falar sobre a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara.
Para Lula, é preciso garantir que o Brasil não jogue fora “mais uma oportunidade” em relação a parte econômica. “Você percebe que as pessoas que estavam pessimistas estão vendo o dólar cair, a economia crescer, sinais de que o salário vai crescer, sinais de que o emprego vai crescer. Ou seja, as pessoas estão ficando mais otimistas, sabe, as pessoas estão ficando mais otimistas. A inflação está caindo”, reforçou.
Lula espera que o Senado faça igual a votação da Câmara e “espero que a gente chegue no fim do ano com a política tributária nova, para a gente nunca mais ficar falando de política tributária neste país”.
Taxa de juros
Lula acredita que logo a taxa de juros vai baixar e voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “Ele é teimoso, mas não tem explicação. Então, nós temos que ter muita tranquilidade porque a gente não pode mágica na economia, não tem um jogo que você tem que jogar, você tem que superar, tem que ver a expectativa do povo trabalhador, perspectiva do mercado, a expectativa do varejista, a expectativa do empresário. Mas, sobretudo, a gente tem que estar com o olho naquelas pessoas mais necessitadas, aquelas que efetivamente precisam do Estado”, destacou.