País – A carga do combustível está ficando pesada para quem trabalha na boleia. O preço do diesel no mercado brasileiro atingiu o maior patamar do ano.
Segundo o levantamento mais recente da Agência Nacional do Petróleo, na última semana, o preço médio chegou a 6 reais e cinco centavos o litro. Foi a sétima alta consecutiva e a expectativa é que o preço continue subindo.
“Dois meses atrás estava R$ 4,69. Agora chegou a 5,69. Para quem roda muito faz diferença”, afirmou o caminhoneiro Wagner Beltrame.
A tendência de alta, entre outros fatores, é influenciada pela volta da cobrança de tributos federais em setembro, que estavam zerados desde 2021.
Até janeiro do ano que vem, o PIS/Cofins voltará a ser cobrado em seu valor integral, de 35 centavos por litro de diesel.
Outra explicação para a alta do diesel vem de fora. Grandes produtoras mundiais, a Rússia e a Arábia Saudita, mantiveram neste mês os cortes de produção. Ou seja: há menos combustível no mercado.
O economista e doutor em Teoria Econômica pela FGV, Joelson Sampaio, explica que, além disso, houve um aumento na demanda pelo diesel no Brasil, por causa da retomada econômica. É a receita perfeita para o encarecimento do combustível.
O preço do diesel vinha caindo desde o início do ano, principalmente pela nova política da Petrobras.
A queda chegou a 60 centavos. Mas, em agosto, a Petrobras anunciou reajuste nas refinarias de 25%. Ainda assim, há defasagem na comparação com os preços internacionais.
“Fica ruim para todo mundo. Aumenta o preço do frete e o consumidor final acaba pagando o aumento”, afirmou o caminhoneiro Matheus de Souza.