Manaus (AM) – Em 2002, o que seria mais um caso de roubo seguido de assassinato na casa de uma família tradicional, em bairro nobre de São Paulo, se mostrou, na verdade, um crime arquitetado por Suzane, a filha mais velha do casal Manfred e Marísia von Richthofen. O caso chocou tanto o país, que em 2020, acabou se tornando filme.
Para contar essa história, que por muito tempo estampou as capas de jornais, o diretor Maurício Eça, trabalhou em três longas exclusivos, protagonizado pela atriz Carla Diaz, que interpreta Suzane von Richthofen.
“A Menina Que Matou os Pais", baseado nos depoimentos de Daniel Cravinhos, o então namorado de Suzane e também um dos responsáveis pelo assassinato; "O Menino Que Matou Meus Pais", mostra a versão da história da filha dos von Richthofen e o terceiro, “A Menina Que Matou Os Pais: A Confissão", é uma conclusão, e mostra como as autoridades chegaram nos criminosos. Todos estão disponíveis na plataforma de streaming da Amazon, a Prime Video.
Contudo, por conta da gravidade dos crimes, não demorou para que surgissem boatos e fake news sobre as gravações. Para esclarecer qualquer confusão, o roteirista dos filmes, Raphael Montes, fez uma publicação nas redes sociais. Primeiro, ele deixou claro que não houve contribuição dos assassinos na produção do filme: "Não houve contato entre a produção e Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos nem seus familiares”.
Ele também contou que o filme teve como base informações públicas. “O filme é uma adaptação de uma história real baseada exclusivamente nos depoimentos transcritos nos autos do processo. Esses autos são públicos”, esclareceu.
Por fim, o roteirista negou que as obras romantizem o assassinato. “A interpretação dos fatos e das versões é facultada ao público. Os filmes não apontam inocentes ou culpados, tampouco romantizam ou enaltecem os assassinatos. “Não há verba pública na produção: Os filmes são produções feitas com investimento privado. Não há nenhum uso de verba pública em suas realizações”.
Mas afinal, Suzane Von Richthofen recebeu pelos filmes?
Com a estreia do terceiro filme seguido, que conta a história de Richthofen, surgiram suposições de que a criminosa receberia pelas produções, contudo, o roteirista também esclareceu: "As pessoas retratadas no filme nunca receberam nem irão receber nenhum valor ou pagamento. Eles não possuem nenhum direito sobre a obra”.
Suzane von Richthofen deixou a prisão
Suzane e Daniel Cravinhos foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão; Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos e 6 meses de cárcere. Após pouco mais de 20 anos presa, Suzane von Richthofen, de 40 anos, foi solta em janeiro. Suzane conseguiu deixar a prisão após a Justiça ter concedido a progressão de sua pena para o regime aberto.
Suzane se mudou para Angatuba, interior de São Paulo e agora faz produtos à mão. A página de Suzane, chamada de ‘Su Entre Linhas’ já tem mais de 30 mil seguidores. O perfil dividiu opiniões nos comentários da web. Há internautas que apoiam a ex-detenta e há os que condenam Suzane.
Segundo o autor do livro ‘Suzane: Assassina e Manipuladora’, Ulisses Campbell, quem administra a página de Suzane é Josiely Olberg, irmã de Luciana Olberg, condenada por estuprar duas crianças. As mulheres se conheceram na penitenciária de Tremembé.
O mesmo biógrafo também afirmou que ela está grávida da sua primeira filha, e a menina se chamará Isabela. O médico Felipe Zecchini Muniz, de 40 anos, é apontado como pai da criança. Felipe e Suzane se conheceram através das redes sociais e, atualmente, os dois moram juntos na casa do médico, localizada em Bragança Paulista, no interior de São Paulo.
O médico tem três filhos de casamento anterior. Segundo o jornalista, o novo relacionamento recebe desaprovação tanto da ex-mulher quanto da mãe de Felipe.
Suzane recebeu herança dos pais?
Não – a Justiça a excluiu da herança em 2015. Na sentença, Suzane foi considerada indigna de receber os bens. Em 2002, ano do crime, as posses do casal somavam R$3 milhões
No espólio de Marísia e Manfred, havia uma casa de alto padrão na zona Sul de São Paulo – local onde o casal foi assassinado – uma chácara em São Roque, dois carros e valores no banco.
O único herdeiro é o irmão de Suzane, Andreas Von Richthofen. A casa da zona sul foi vendida por ele em 2016.
O que aconteceu com o irmão, Andreas?
Na época do assassinato, Andreas Von Richtofen tinha 15 anos. Após, ele viveu com a avó, Lourdes Abdalla e o do tio, Miguel Abdalla Neto.
Concluiu a graduação em Farmácia e Bioquímica na Universidade de São Paulo (USP) em 2010. Cinco anos depois, conseguiu o doutorado em Química Orgânica também pela USP.
Em 2017, ele foi detido pela polícia após pular o muro de uma residência em Santo Amaro, bairro da Zona Sul de São Paulo. Após o episódio, Andreas foi internado para tratar o vício em álcool e drogas.
Depois do episódio, não há registros na mídia sobre ele. Andreas se pronunciou poucas vezes publicamente sobre o crime da irmã.