País – O Melhor da Noite de segunda-feira (30), apresentado por Glenda Kozlowski e Zeca Camargo, apresentou ao público a história de Henrique Cymerman. Jornalista que trabalha na cobertura das pautas do Oriente Médio há mais de duas décadas tem um ciclo de amizade vasto, mas chama a atenção do mundo por sua aproximação com o Papa.
Em entrevista, Henrique Cymerman contou que sua amizade com o Papa Francisco começou de maneira inesperada e, no começo, ele chegou a acreditar que tudo não passava de um trote. “Eu comecei a minha relação com o Papa de forma mais surpreendente que possa imaginar. Eu pensava que era uma piada no princípio, porque veio um senhor que era amigo do Papa a uma palestra minha em Buenos Aires e me disse que o Papa, que acabava de ser eleito o Papa três meses antes, me seguia na televisão na Argentina, gostava muito de mim e que ele estava interessado nesta região do mundo, no Oriente Médio, e queria ouvir de mim, queria me dar uma mensagem a Israel e ao povo judeu”, disse.
O jornalista contou que o primeiro encontro com o pontífice foi marcante e contou até com um abraço apertado, digno de amigos de longa data. “Fui ver o Papa e ele me abraçou como se me conhecesse de toda a vida”, lembrou. “A primeira vez que ele me telefonou, foi há muitos anos, há 11 anos, eu lembro que pensei que era um amigo argentino que queria brincar comigo e quando ele me disse ‘olha, sou o Papa Francisco’, eu respondi ‘e eu sou Napoleão’. E o Papa riu muito e desde esse momento eu acho que caíram todas as barreiras", completou.
"Eu e o Papa falamos até de futebol e ele me levou para almoçar com ele, depois me perguntou o que poderia fazer por Israel e Oriente Médio?"
Além de lecionar em uma renovada universidade do Oriente Médio, Henrique Cymerman coleciona reportagens premiadas no cenário de guerra. O jornalista chegou a ser batizado como “Anjo da Paz” pelo Papa Francisco depois de organizar uma oração pela paz entre as lideranças de Israel e Palestina. “Eu o ajudei na organização de sua visita a Israel, Jordânia e Palestina. Depois, ele me pediu para fazer a coisa mais difícil que eu já fiz: organizar a oração pela paz entre o presidente Simon Peres, de Israel e o presidente Mahmoud Abbas, da Palestina. Nós fizemos uma oração pela paz mundial e ele me nomeou uma coisa que me fez rir e, no princípio, pensei que era outra piada: Anjo da Paz”, disse. Com a parceria com o Papa Francisco, o jornalista chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz.
“A nossa amizade sempre é um exemplo de que o diálogo é possível e a amizade é possível. Essa é a mensagem”, disse o Papa ao falar sobre a amizade com Henrique Cymerman. “É um privilégio, um orgulho enorme, não porque ele é Papa, mas porque ele é uma das pessoas mais extraordinárias que eu conheci na minha vida. E eu digo sempre que eu sou um judeu, sou judeu e quando falo com ele falo como judeu, mas sou um judeu que compartilha com ele os seus valores em relação à humanidade, o seu desejo de paz e o seu desejo de igualdade dentro das sociedades”, respondeu o jornalista.