Em 2021, o município de Manaus registrou cem novos casos de hanseníase, sendo sete em menores de 15 anos, com aumento de 44,29% quando comparado aos registros de 2020.
De acordo com a da Fundação Alfredo da Matta, os casos de hanseníase em menores de 15 anos no Amazonas são cinco vezes maiores que o preconizado.
“Hoje há um esforço conjunto do Estado, por meio da Fundação Alfredo da Matta, de Manaus e unidades municipais do interior, para o controle da doença por meio do projeto Apeli, com a realização de exame dermatológico em massa em todos os escolares menores de 15 anos. Assim, é possível chegar na família, descobrir o caso de hanseníase na criança, tratar e romper a cadeia de transmissão”.
Ele alerta que é necessário que os pais fiquem atentos para autorizar a realização do exame dermatológico e, ao detectar qualquer mancha na pele da criança, procurar uma Unidade de Saúde para atendimento.
Na manhã desta quinta-feira, 13/1, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) fez a abertura oficial do “Janeiro Roxo”, campanha para a prevenção e controle da hanseníase, na Unidade Básica de Saúde (UBS) José Figliuolo, no bairro Lago Azul, Zona Norte.
O local foi escolhido porque, dos cem casos novos registrados no ano passado em Manaus, 41 foram diagnosticados em pessoas residentes na Zona Norte.
Além dos 41 casos novos diagnosticados em residentes da zona Norte, houve o registro de 22 casos na zona Leste; 21 casos novos na zona Oeste; 13 casos na zona Sul; e três casos na zona Rural.
Em 2021, a Semsa encerrou o ano com 57.350 exames, acima de meta de 42.488.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacterium leprae) e a transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros. Os sintomas podem surgir entre dois e sete anos a partir da contaminação.
Na fase inicial da doença, os sintomas são caracterizados por lesões na pele, que causam diminuição ou ausência de sensibilidade ou lesões dormentes. Em estágios mais avançados pode apresentar edema de mãos e pés, febre, dor na articulação, ressecamento dos olhos, nódulos dolorosos, mal-estar geral, dor ou espessamento dos nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés, e a diminuição ou perda de força nos músculos, inclusive nas pálpebras.
A transmissão requer um convívio muito próximo e por um tempo muito prolongado. Por esse motivo é fundamental acompanhar os contatos domiciliares do paciente com hanseníase, para um diagnóstico precoce.