Manaus (AM) – o Amazonas figura entre os estados com menor cobertura de arborização nas áreas urbanas do Brasil, segundo pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, divulgada nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados do Censo 2022.
Conforme os dados, apenas 44,6% dos domicílios urbanos amazonenses estão em vias públicas com presença de árvores — índice inferior ao de muitos estados fora do bioma amazônico.
A pesquisa também aponta o Acre (42,1%) como outro estado amazônico entre os que registram os piores índices, ao lado de Sergipe (38,6%) e Santa Catarina (41%). Chama a atenção para o fato dos estados Acre e Amazonas fazerem parte do bioma Amazônia
Quase 115 milhões de brasileiros moram em ruas com ao menos uma árvore. O número corresponde a 66% da população pesquisada, o que significa que, a cada três brasileiros, dois moravam em ruas arborizadas.
Dessas pessoas, 32,1% residiam em endereços que possuíam cinco árvores ou mais; 13,5%, em vias com três ou quatro árvores; e 20,4% em locais com duas árvores no máximo. Mato Grosso do Sul (92,5%) é o único estado com percentual acima de 90%.
O IBGE considerou apenas arborização em áreas públicas, ou seja, excluiu da contagem árvore em quintal de casas, por exemplo. Como a metodologia é diferente da utilizada no Censo 2010, não houve comparação de dados.
A pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios coletou dados sobre capacidade de circulação de vias, presença de pavimentação, calçadas, bueiros, iluminação pública, pontos de ônibus, rampa para cadeirantes, arborização e sinalização para bicicletas.
Cerca de 30 mil agentes coletaram características dos trechos das vias onde moram as pessoas, delimitação que o IBGE chama de face de quadra. De forma simplificada, cada face pode ser entendida como um pedaço da quadra onde fica o domicílio, por exemplo, de uma esquina a outra. Isso significa que as árvores precisavam estar no trecho da rua em que os moradores residiam para serem consideradas.
Conheça as cidades mais arborizadas do Brasil
Relação das 15 concentrações urbanas (localidades que reúnem mais de 100 mil habitantes) com maiores proporção de moradores em áreas arborizadas:
- Birigui (SP): 98,4%
- Sertãozinho (SP): 97,5%
- São José do Rio Preto (SP): 97,3%
- Maringá (PR): 97,2%
- Dourados (MS): 97,1%
- Londrina (PR): 96,8%
- Umuarama (PR): 96,6%
- Araçatuba (SP): 96,1%
- Ourinhos (SP): 95,9%
- Jaú (SP): 95,6%
- Araraquara (SP): 95,1%
- Marília (SP): 94,9%
- Toledo (PR): 94,6%
- Sinop (MT): 94,0%
- Rondonópolis (MT): 93,8%
Ciclovias
Os agentes censitários buscaram também informações relacionadas a um elemento que tem ligação direta com sustentabilidade: vias com sinalização para bicicletas.
Em todo o país, 3,3 milhões de moradores residem em vias nas quais há sinalização para bicicletas. Isso representa 1,9% da população pesquisada. Foram consideradas soluções como ciclovias, ciclofaixas, placas e pintura no chão.
Santa Catarina se destaca entre os estados, com o patamar de 5,2% dos moradores. As cinco concentrações urbanas com maiores índices são todas catarinenses: Joinville (11,2%), Jaraguá do Sul (9,8%), Itajaí – Balneário Camboriú (7,2%), Florianópolis (7,1%) e Blumenau (6,8%).
Agência Brasil*