Brasil – A ciência brasileira anunciou nesta última segunda-feira, 8/9, o desenvolvimento de um fármaco experimental, batizado de polilaminina, com potencial para regenerar neurônios e restaurar parcialmente a mobilidade em casos de lesões na medula espinhal. O medicamento é resultado de uma pesquisa de mais de 25 anos conduzida pela pesquisadora Tatiana Coelho de Sampaio, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o laboratório Cristália.
A substância, derivada da proteína laminina encontrada na placenta humana, atua recriando uma espécie de “ponte biológica” no local da lesão. Em testes pré-clínicos, o medicamento demonstrou a capacidade de estimular o crescimento de novos axônios, as estruturas responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos.
Resultados em estudos iniciais, que incluíram a aplicação em animais e em um grupo restrito de pacientes, indicaram a recuperação de movimentos e sensibilidade, especialmente quando a aplicação do medicamento é realizada nas primeiras 72 horas após a lesão. Os pesquisadores também observaram avanços em casos crônicos, mas ressaltam que o sucesso do tratamento está vinculado à reabilitação contínua.
A polilaminina ainda é uma terapia experimental e aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o início dos testes clínicos de Fase 1. Esta etapa, fundamental para comprovar a segurança e eficácia do tratamento em um grupo maior de pessoas, é o próximo passo para que o medicamento possa, futuramente, ser disponibilizado para uso comercial.
A descoberta posiciona a pesquisa brasileira na vanguarda da medicina regenerativa e oferece uma nova perspectiva para o tratamento de lesões que, até então, possuíam opções de recuperação limitadas.