O procurador-geral da República, Augusto Aras, pedirá abertura de inquérito contra o ministro Milton Ribeiro, da Educação. A investigação deve ser solicitada por meio de uma representação em que a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), é relatora.
O repórter Valteno de Oliveira, de Brasília, confirmou a informação diretamente com o PGR, nesta quarta-feira, 23/3.
O ministro e os pastores envolvidos devem ser ouvidos. A decisão de Aras foi tomada após analisar denúncias por meio de reportagens do Jornal Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.
Áudios divulgados na última terça-feira, 22/3, expõem falas de Ribeiro sobre o favorecimento de municípios que negociaram verbas diretamente com dois pastores. Eles, porém, não têm cargos no governo. Segundo o ministro, a “priorização” de determinadas prefeituras seria um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda na terça-feira, Ribeiro divulgou uma nota para negar o suposto pedido feito por Bolsonaro em relação ao atendimento preferencial aos dois pastores. O ministro também explicou que a fala dele destacou que o governo está disposto a atender todos que o procurem, inclusive os líderes religiosos citados.
“Registro ainda que o Presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”, afirmou o ministro.
O Palácio do Planalto não se posicionou. A base do governo no Congresso formada pelo centrão e a bancada evangélica cobraram explicações. A oposição entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa e exigiu a demissão do gestor.