A segunda audiência pública promovida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) sobre a instalação do aterro sanitário em Iranduba foi marcada por brigas, confusões e ameaças promovidas por militantes contrários ao projeto. O encontro, que aconteceu no sábado, 26/3, na Escola Bom Jesus (no Km 21 da AM-070), teve que ser suspenso.
Antes mesmo do começo evento, os militantes favoráveis a manutenção do lixão de Iranduba intimidaram os moradores que defendem a construção do aterro ao impedir a entrada destes no local onde aconteceria a reunião, que começou após a intervenção de policiais militares com 30 minutos de atraso.
Logo nas primeiras apresentações dos técnicos da empresa Norte Ambiental, autora do projeto privado que prevê a construção do primeiro aterro sanitário a funcionar de acordo com as normas ambientais e sociais no Amazonas e na região Norte em Iranduba, as vaias e os xingamentos constantes dos manifestantes contrários impediram a apresentação das informações sobre o Estudo de Impactos Ambientais (EIA/Rima) elaborado por uma equipe multiprofissional ao longo de dois anos.
Sem condições de apresentar o projeto, a equipe do Ipaam que mediou o evento, paralisou as atividades pela primeira vez por cerca de vinte minutos até que os militantes contrários ao aterro se acalmassem para a retomada dos trabalhos.
Agressões verbais
Na volta das apresentações, o clima de animosidade entre os moradores que defendem a manutenção do “lixão” em Iranduba contra o grupo a favor da construção do aterro sanitário seguiu em uma crescente na medida em que os questionamentos eram respondidos pelos técnicos da Norte Ambiental.
Apesar dos constantes alertas e pedidos da equipe do Ipaam, os ânimos se acirraram de vez no momento em que a palavra foi concedida para os moradores, principalmente durante o pronunciamento das pessoas que são favoráveis ao aterro e que passaram a ser interrompidas e agredidas pelo grupo sob o comando do líder comunitário Miguel Klauck.
Novamente foi necessária a intervenção policial, que em número reduzido também foram confrontados pelos militantes, e a audiência pública chegou ao fim entre discussões e agressões verbais generalizadas.
Ipaam
No final da audiência, a julgadora do processo de licenciamento do Ipaam, Maria do Carmo Santos, lamentou a situação. “Esta foi a primeira vez que uma audiência pública promovida pelo instituto foi interrompida por questões de segurança”.
Para o coordenador da equipe técnica do Ipaam que faz a análise do projeto, João Paulo Vieira, a opção pela suspensão da audiência foi para evitar outras discussões e até mesmo agressões físicas.