Ana Hikari precisou se dedicar em dobro para seu seu novo trabalho na TV. Em entrevista ao Antenados, comandado por Danilo Gobatto na Rádio Bandeirantes, a atriz, uma das estrelas da série “As Five”, comentou a jornada complexa que sua personagem enfrenta na nova temporada. No seriado, ela vive Tina, uma jovem que está recém-saída de um processo de reabilitação, quando acaba se deparando com as drogas novamente. Apesar da curiosidade do público em relação às cenas mais pesadas, a intérprete enfatizou que é tudo de mentirinha e ainda entrega alguns truques.
“As pessoas perguntam: ‘Vocês bebem cerveja mesmo em cena? Bebem vinho? ’. Gente, claro que não! A gente não usa nada disso na hora que está gravando. Até porque se eu ficasse com alteração de consciência eu não ia nem conseguir dar o texto. Vinho é suco de uva. A cerveja ou é água ou é cerveja sem álcool. Champanhe às vezes é guaraná ou refrigerante de abacaxi. Uma das cocaínas que usamos é soro fisiológico em pó”, relatou ela.
A artista fez um processo de pesquisa e chegou a frequentar associações reais para entender melhor o drama que encararia nos novos episódios.
“Cheguei a visitar tanto os grupos de alcoólicos anônimos quanto de narcóticos anônimos. Conversei com psiquiatras e pessoas especializadas de centros de atendimentos públicos. Foi uma experiência muito enriquecedora. Todos os lugares o que vi era um amor muito grande por esse tratamento. Uma atenção a essas pessoas para que elas pudessem se curar”, explicou.
Ana já convive com a personagem de Tina há seis anos, uma vez que ela se originou em uma das temporadas da novela “Malhação” – “As Five” é um spin-off do folhetim. Este período foi de grande amadurecimento para a atriz.
“Senti um amadurecimento como atriz nesses anos. O fato de ser a mesma personagem, mas ter um amadurecimento meu, me fez ter um outro olhar sobre o meu ofício. Fui desenvolvendo várias possibilidades para poder aprofundar a personagem e ela não ser a mesma coisa por seis anos, mas também não fugir da essência dela”, ressaltou ela.
Parte dessa jornada tem sido sua luta constante por levantar o debate sobre a falta de representatividade na TV brasileira.
“Me incluo nisso como uma brasileira amarela. Acho que essa questão em relação a pessoas amarelas, asiáticas, ainda está um pouco para trás. Eu fui a primeira protagonista asiática da TV Globo. Quantos protagonistas indígenas tem? Nenhum. Acho que esse é um debate que ainda precisa ser levantado", afirmou a atriz.