País – O helicóptero Águia da polícia encontrou, na manhã desta sexta-feira (12), o helicóptero que estava desaparecido em São Paulo. Ainda não há informações sobre as vítimas. Pelas redes sociais, a polícia confirmou a informação e publicou uma imagem do helicóptero no meio da mata.
“Equipes da Polícia Militar acabam de localizar o helicóptero desaparecido há 12 dias, que tinha como destino o Litoral Norte de São Paulo. A aeronave foi localizada pelo Águia 24", escreveu nas redes.
A aeronave tinha como destino o Litoral Norte de SP. O local é de difícil acesso e as equipes continuam os trabalhos. Roberto Farina, porta-voz da Defesa Civil conversou com a BandNews FM dando mais detalhes sobre como foi o trabalho que encontrou o helicóptero.
“Nesse momento é realizado uma análise do local para que seja iniciado o processo de buscas via terrestre”, declarou o porta-voz. “O Águia conseguiu localizar objetos do helicóptero, ainda estão sendo checadas essas imagens para identificar se a fuselagem está completa, isso será observado nos próximos minutos”, continuou.
Roberto disse que agora o intuito é tentar localizar as vítimas com vida: “Ainda é muito cedo para tirar qualquer conclusão nesse momento das buscas. Mas é um trabalho sob coordenação da Força Área Brasileira, trabalho brilhante do comando de aviação da Polícia Militar que buscava diversas informações e relatos de pessoas da região. Trabalho em conjunto de diversos órgãos. Agora, o intuito é tentar localizar as vítimas com vida”, pontuou o porta-voz da Defesa Civil.
O corpo de bombeiros e a defesa civil farão o isolamento tático da área. A área de mata é muito fechada. “O local é de Mata Atlântica, então agora as equipes por terra, equipes do Corpo de Bombeiros, especializadas em busca e salvamento, vão avaliar se a entrada será feita por terra ou será deixada as equipes por forma aérea até esse ponto. Tudo isso será analisado e planejado pelas equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar”, completou.
Estavam no voo Luciana Rodzewics, a filha Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, e o amigo da família Rafael Torres, além do piloto. Antes de o helicóptero desaparecer, Letícia gravou vídeos e enviou mensagens ao namorado avisando que o tempo estava ruim, com neblina e baixa visibilidade, e que ela pretendia voltar.
Viagem “em cima da hora”
Em entrevista à Band, Silvia Santos, irmã de Luciana, contou que a viagem aconteceu a convite de Rafael, amigo com o qual a família não tinha contato há mais de 15 anos. Para encontrá-lo, as passageiras desmarcaram a virada de ano em família em cima da hora.
"Eu falei com minha irmã por volta de meio-dia, pois ela iria passar o Ano-Novo comigo, na minha sogra, e [ela] desmarcou do nada. Falou que não ia mais, que era para eu ir, que ela arrumou outro passeio, mas não me informou que iria para Ilhabela”, contou Silvia.
“Esperança e fé em Deus, estamos agarrados nisso e nas orações de todo mundo para que elas voltem com vida”, declarou.
Piloto chegou a pousar
O piloto do helicóptero que desapareceu em São Paulo, após decolar do Aeroporto Campo de Marte com destino a Ilhabela, no Litoral Norte, pousou “no meio do mato”, segundo relatou uma das passageiras. A medida foi necessária por falta de visibilidade, disse ela ao namorado por mensagens de texto.
Depois de um tempo, o helicóptero decola novamente. Para o namorado, a microempreendedora Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos, disse: “Estamos voltando”. Na sequência, continua: “Eles estão tentando entrar em Ilhabela”.
O helicóptero desaparecido é um modelo Robinson 44, de cor preta e cinza. O voo partiu às 13h10 com destino à Ilhabela. O trajeto foi percorrido pelo continente até o Vale do Paraíba. Só depois, o piloto seguiria rumo ao litoral, mas ele percebeu que as condições climáticas estavam desfavoráveis. Foi aí que pousou numa área de mata.
Às 14h09, Letícia contata o namorado, um militar da Aeronáutica que trabalha em Campo de Marte, para atualizá-lo do trajeto. Ela relatou o pouso “no meio do mato”, além do tempo ruim e “medo”.
Letícia chegou a mandar fotos do local, onde havia muita neblina. Na imagem, dá para ver o que parecia ser a Represa de Paraibuna. Após ser questionada pelo parceiro, ela disse que não sabia onde estava: “Tô parada no meio do mato”.
O helicóptero voltou a decolar, e Leticia enviou um vídeo, às 14h47, já em voo no meio da neblina. A visibilidade estava quase zero. O último contato do piloto com o controle aéreo foi pouco de 15h, na região de Paraibuna.
Por pouco mais de 30 horas, o telefone de Luciana seguiu ligado. Apesar das ligações, ninguém o atendia. Por volta das 22h da última segunda-feira (1º), as chamadas não completavam mais.
Licença cassada
O piloto é o mesmo que fez um pouso forçado com oura aeronave em janeiro de 2020 quando fazia um táxi aéreo clandestino. Cassiano teve a licença de piloto cassada em 2021, por diversas irregularidades. Entre elas, evasão de fiscalização, fraudes em planos de voos e práticas envolvendo transporte aéreo clandestino.
Cassiano voltou a ter a licença para voar em outubro de 2023. A suspeita é que ele transportava passageiros em um passeio de São Paulo a Ilhabela, fraudando o plano de voo. O Robinson 44 tem operação negada para táxi aéreo.
Histórico do caso
– A decolagem do helicóptero ocorreu no início da tarde de domingo (31) no Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Ilhabela, no litoral norte. O desaparecimento aconteceu aproximadamente duas horas depois.
– O último contato do piloto com a torre de controle foi em torno das 13h10, enquanto sobrevoava a cidade de Caraguatatuba.
– Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a aeronave – prefixo PRHDB, modelo Robson 44 (cinza e preto) – estava com a situação regularizada.