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No último sábado (6), uma região próximo à fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza abrigou um festival de música eletrônica. Após mais de 4 horas do início do evento cultural, foram ouvidos bombardeios dos primeiros ataques terroristas iniciados pelo Hamas.No meio da aglomeração, Rafael Birman, morador de Tel Aviv – capital israelita – há quase seis anos, conta que, "no meio da música, a gente acabou ouvindo ‘boom boom’". Participante da rave com amigos, o brasileiro conseguiu escapar do local com seus conhecidos e não foram atingidos ou capturados pelas emboscadas realizadas pelo grupo terrorista Hamas – responsável pelos ataques.
O grupo brasileiro testemunhou várias cenas de terror. “Havia um carro destruído que veio em direção ao evento. [Também havia] Uma menina totalmente ensanguentada. O carro parecia atingido por uma granada, uma bomba, estava sem roda da frente. [Durante a ação do Hamas havia] Uma menina gritando em hebraico: ‘Terrorista!'. No momento que o grupo saiu pela direita, fomos baleados, abriram fogo contra nosso carro", conta Rafael.
Segundo o amante de música eletrônica, os brasileiros levaram de “dois a três segundos para entender o que estava acontecendo”. "Até que a janela traseira explodiu e a gente entendeu que estávamos sendo atacados por terroristas. Assim que fomos baleados, um jipe da fronteira [com a Faixa de Gaza] se aproximou e começaram a trocar tiros com os terroristas. Todo mundo desceu do carro ficou deitado no chão. Ficamos por 15, 20 minutos sendo fuzilados. Essa é a palavra mais adequada para situação”, explicou.
Rafael chegou a gravar vídeos durante a fuga do local em busca de um abrigo seguro. Em um dos momentos de tensão, o brasileiro enviou um áudio para a mãe onde se despediu caso algo de pior ocorresse.
“A gente está no meio de um tiroteio. Se acontecer alguma coisa, saiba que eu te amo”, afirmou.
Outro brasileiro que sobreviveu aos ataques na rave é Rafael Zimermann, que quebrou a perna e foi ferido por estilhaços de uma granada. O rapaz passou por cirurgia e recebeu alta hospitalar no último domingo (08).
Pelo menos quatro brasileiros seguem desaparecidos. Três estavam na mesma festa: Bruna Baleanu, de 24 anos que tem dupla nacionalidade; Rananani Glazer que também é brasileiro-israelense, de 24 anos; e Karla Stelzer, de 41 anos; além de Celeste Fishbein, de 18 anos, moradora de uma região que foi atacada e também está desaparecida.