Manaus (AM) – Julho é o mês da conscientização sobre o câncer de bexiga, o segundo mais comum do trato urinário e o décimo segundo mais frequente na população brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Ainda de acordo com o instituto, são esperados 11.370 novos casos da neoplasia no país em 2024. Os homens são mais afetados que as mulheres, sendo o sexto tumor mais comum no sexo masculino, com 7.870 novos casos esperados para o ano de 2024 e 3.500 para o feminino no mesmo período.
Dentre os diferentes subtipos desse tumor, o carcinoma urotelial corresponde a cerca de 85% dos casos, sendo caracterizado pelo crescimento de células malignas no tecido urotelial que reveste a parede interna da bexiga. O oncologista da Oncoclínicas Manaus, Gabriel Kamei, explica que em seu estágio inicial, o câncer de bexiga pode ser assintomático e que os sintomas desse tumor são variáveis.
“Os sinais podem, por vezes, ser confundidos com outras doenças das vias urinárias, como a nefrolitíase, as infecções do trato urinário (pielonefrite, cistite, uretrite), e por causa desses fatores é necessário estar atento à dados relevantes da história do paciente, associado ou não à presença de outros sintomas que nos leve a pensar em alguma condição maligna. Vale ressaltar que o diagnóstico de uma doença em estágio inicial tem maiores chances de cura”, afirma o médico.
Fatores de risco
De acordo com o oncologista, o tabagismo é a principal causa do tumor. “ No cigarro há mais de 60 substâncias carcinogênicas conhecidas, dentre elas os compostos nitrosos, aldeídos insaturados, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, entre outros. É comprovado que para um tabagista ativo o risco relativo para desenvolvimento de câncer de bexiga associado ao tabaco é na ordem de 3.89 vezes para os homens e 4.65 vezes para as mulheres. Fumantes passivos também acumulam risco ao longo da vida, porém numa menor proporção. Logo, deixar de fumar reduz o risco, mas não o elimina completamente”, alerta.
Outros fatores de risco são:
- Exposição ocupacional e ambiental a agentes carcinogênicos.
- Exposição à radiação ionizante.
- Condições de inflamação crônica da bexiga, como as infecções urinárias de repetição.
Detecção
Para a investigação inicial do câncer de bexiga, são necessários exames de urina, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética. Porém o diagnóstico só é estabelecido, de fato, com a realizaçãode de cistoscopia e da ressecção transuretral da lesão, um procedimento realizado pelo médico urologista que resultará na biópsia confirmatória da lesão.
Tratamento
A extensão do tumor é o que determina o tipo de tratamento. Nos casos mais precoces, o tratamento geralmente envolve a ressecção cirúrgica (“raspagem”) do órgão, podendo ser associada, ou não, a administração de medicamentos no interior da bexiga. O médico explica que em casos mais avançados, porém ainda tratando-se de um cenário de doença localizada, pode ser necessária a realização da cirurgia de remoção parcial ou total da bexiga.
“No cenário de doença metastática, o tratamento pode ser iniciado com a realização de quimioterapia com doublet de platina, seguida de uma fase de manutenção com um imunoterápico, para aqueles que obtiverem uma boa resposta ao tratamento sistêmico inicial ou podemos iniciar o tratamento baseado na combinação de imunoterapia com anticorpo-droga conjugado em alguns casos selecionados”, finaliza o oncologista da Oncoclínicas Manaus.
Prevenção e hábitos saudáveis
- Não fumar.
- Beber muita água.
- Ter uma dieta balanceada, rica em fibras e frutas.
- Moderar a ingestão de bebidas alcoólicas.
- Praticar atividades físicas regulares.