Manaus (AM) – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), com apoio da Secretaria-Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai), prendeu em flagrante, na quarta-feira (03/09), Priscila Siqueira Lucena, de 42 anos, e Risatti César Fonseca Soares, de 30 anos, pelo crime de extorsão e comunicação falsa de crime. A prisão ocorreu no bairro Colônia Terra Nova, zona norte da capital.
O delegado-geral adjunto, Guilherme Torres, iniciou a coletiva parabenizando a equipe da DEHS, que, logo após receber informações sobre o caso, não mediu esforços para esclarecer os fatos em um trabalho de investigação de um episódio considerado inusitado, no qual a suposta vítima era, na verdade, o autor do crime. Risatti montou toda uma encenação e transmitiu a narrativa falsa para os familiares.

“A situação demandou bastante tempo da equipe da delegacia. A ocorrência chegou à DEHS por volta das 8h da manhã de quarta-feira (03/09) e só foi concluída à meia-noite do mesmo dia. Ou seja, foi um caso que exigiu os esforços dos policiais, que interromperam o atendimento de outras ocorrências para resolver essa situação, que parecia grave, mas no final era apenas uma farsa”, disse Guilherme Torres.
Investigação
O delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, explicou que a equipe tomou conhecimento do caso por meio de uma denúncia feita pelos familiares de Risatti, informando que ele teria sido sequestrado na saída da faculdade, na terça-feira (02/09). A denúncia afirmava que os supostos sequestradores haviam enviado mensagens solicitando dinheiro para libertá-lo com vida, além de um vídeo mostrando Risatti sendo torturado.

“Iniciamos as investigações imediatamente, com o objetivo de localizar os autores, prendê-los e resgatar a suposta vítima. Localizamos o cativeiro onde Risatti estaria e, por volta da meia-noite de hoje, saímos em diligência até o local com agentes da Seai. Estouramos o cativeiro e, para surpresa de todos, encontramos Risatti dormindo no local, sem sinais de que havia sido sequestrado, muito menos torturado,” informou Ricardo Cunha.
Segundo o delegado, os policiais acharam a situação muito estranha, e Risatti confessou que havia criado toda a encenação porque o namorado estava devendo dinheiro a pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Ele decidiu arquitetar o plano para extorquir a família e ajudar o companheiro. Os familiares, que passaram o dia na delegacia, não têm qualquer participação no crime e são vítimas de Risatti.
Procedimentos
Priscila e Risatti responderão por extorsão e comunicação falsa de crime. Eles passarão por audiência de custódia e ficarão à disposição da Justiça.