Manaus (AM) – A intensificação da estiagem no Amazonas levou a Prefeitura de Manaus a declarar situação de emergência por 180 dias a partir desta quinta-feira, 12. Com o Rio Negro abaixo da marca de 16,97m na capital amazonense, o Estado segue em alerta para preocupações que abrangem também a inflação, que pode ser impulsionada com o aumento do valor dos alimentos e da conta de energia elétrica.
À CENARIUM, o economista Lauro Brasil reforçou que o impacto sobre a inflação dos alimentos e da energia tende a ser significativo no Estado. De acordo com o especialista, a seca, que atinge não só a região, afeta diretamente a produção e o abastecimento. “A seca interfere diretamente na produção agrícola e no abastecimento de energia, principalmente em regiões que dependem de fontes hidrelétricas”, declarou o economista.
O especialista explicou ainda que há outro ponto de atenção que deve ser acompanhado pelas autoridades e pelos empresários. Para Brasil, a intensificação da estiagem e a dificuldade de navegação pelos rios amazônicos pode resultar na inviabilização da chegada de insumos que abastecem o Polo Industrial de Manaus.
“A Zona Franca de Manaus, que depende de insumos e energia para manter a produção, pode enfrentar dificuldades com o aumento nos custos de energia e nos insumos importados, agravando ainda mais o cenário inflacionário”, afirmou.
Bandeira vermelha
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que neste mês de setembro a bandeira tarifária vermelha – a mais cara das três modalidades adotadas pela autarquia – foi acionada. A decisão ocorreu porque a geração de energia hidrelétrica ficou comprometida devido ao baixo volume de água nos reservatórios.
A gravidade da situação reflete diretamente no aumento do custo da energia elétrica. A tarifa adicional de R$ 7,877 a cada 100 kWh gera o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) no mercado de energia, segundo a Aneel. Apesar de valer para todo o País, a medida pode ser sentida com mais intensidade em alguns Estados, que são afetados pela seca.
Brasil
No cenário brasileiro, a Companhia Nacional de Abastecimentos (Conab), alerta que o aumento do preço de frutas, hortaliças tende a ser expressivo e destaca como protagonistas da inflação laranja, melancia, tomate, cenoura e as carnes que também não fogem da possibilidade de alta do valor.
Lauro comenta que a junção das problemáticas apontadas é uma fase com impactos dos quais a população deve amazonense deve se preparar. “Esse conjunto de fatores cria um ambiente de alta pressão inflacionária, tanto no setor de alimentos quanto no de energia, tornando ainda mais desafiadora a recuperação da economia local”, finalizou o especialista.
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Com informações da Agência Cenarium