Manaus (AM) – A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), emitiu, nesta quarta-feira (9), nota técnica com orientações aos municípios para atuação no período de enchente.
O objetivo é cooperar com os gestores municipais no monitoramento dos agravos comuns do período, além de orientar quanto à adoção de medidas preventivas a possíveis demandas. O documento está disponível para consulta no site da Fundação (www.fvs.am.gov.br).
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksud, o trabalho em conjunto com os municípios é de extrema importância, pois busca mitigar os impactos da cheia dos rios na saúde da população. “O Governo do Amazonas, novamente, está trabalhando com planejamento antecipado para o período de enchente, a fim de apoiar os municípios para que atuem de maneira eficiente”, destaca.
Outra medida que deve ser adotada é para ampliação da cobertura vacinal contra Hepatite, Tétano e Raiva, doenças que podem ter maior incidência no período de enchente, devido à contaminação na água e contato com roedores e animais peçonhentos. A ampliação das vacinas também deve ocorrer entre os animais, cães e gatos. Cabe aos municípios, ainda, monitorar e adequar os estoques de imunizantes.
A nota técnica orienta, ainda, ao gerenciamento adequado dos estoques e a distribuição prioritária de hipoclorito de sódio a 2,5%, à população em risco, sobretudo nas áreas rurais. O insumo é utilizado para tratar a água em situação de emergência. É necessário monitorar o controle da qualidade da água para consumo humano no município. Para isso, a FVS solicita que os gestores identifiquem estruturas dos sistemas de abastecimentos de água que possam ser afetados e planeje ações preventivas. Nas situações de comprometimento da qualidade, após resultados das análises, exigir a adoção de medidas para minimizar os riscos à saúde.
Além disso, os gestores devem monitorar as solicitações de transferências de pacientes internados nos hospitais dos municípios para a capital, acompanhar a taxa de ocupação dos leitos municipais com uso de oxigênio medicinal para intervir, caso haja necessidade de transferência e realizar a notificação compulsória dos agravos no sistema de informação oficial.
Mais recomendações
A FVS-RCP publicou alerta epidemiológico para leptospirose, doença causada pela exposição à urina de animais infectados, como ratos, e que pode ocorrer com maior frequência em períodos de alagamento.
De janeiro a março de 2025, foram registrados 12 casos da doença e um óbito. Dos 12 casos, 10 foram em Manaus, um em Guajará e um em Itacoatiara. Em 2024, no ano todo, foram 49 casos e seis óbitos. No mês de janeiro de 2025 foi registrado o dobro da média histórica e, apesar da queda observada em fevereiro e março, as projeções apontam para um novo aumento entre abril e junho, período de maior risco devido às intensas inundações urbanas e rurais.
Diante do cenário de circulação de leptospirose no estado, a FVS-RCP emitiu nota técnica orientando sobre a implementação de medidas adequadas nos serviços de atenção ao paciente, incluindo triagem, diagnóstico e tratamento oportuno de casos da doença, evitando casos graves e óbitos.
O documento alerta para que os profissionais de saúde fiquem atentos a possíveis novos casos de leptospirose no Amazonas. Os casos suspeitos ou confirmados são de notificação compulsória imediata de interesse municipal, ou seja, são considerados prioritários devido à sua relevância local.