Mundo – O papa Francisco reafirmou no domingo (6) que a Igreja Católica é aberta à comunidade LGBTQIAPN+. Para o pontífice, é dever da instituição acompanhar essas pessoas no caminho para a espiritualidade, mas que isso deve acontecer dentro das regras católicas.
O líder da Igreja Católica deu a declaração em entrevista coletiva no retorno ao Vaticano. Ele estava em Lisboa, em Portugal, para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"A igreja é aberta a todos, então existem regras que regulam a vida dentro da Igreja", disse o papa Francisco. "Cada um encontra Deus a seu modo dentro da Igreja. E a igreja é mãe e guia cada um a seu modo”, completou.
Desde que se tornou papa, Francisco tenta tornar a Igreja mais acessível, mas sem alterar as diretrizes. Atualmente, a Igreja incentiva que pessoas que sentem atração por alguém do mesmo sexo mantenham a castidade.
Um milhão de pessoas acompanharam a missa celebrada pelo papa que encerrou neste domingo a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa. Durante a missa, Francisco anunciou que a sede da próxima edição do evento católico será Seul, capital da Coreia do Sul, em 2027.
Papa e a comunidade LGBTQIAPN+
Em entrevista à revista espanhola “Vida Nueva” publicada em 4 de agosto, o papa Francisco afirmou que as mulheres transexuais também “são filhas de Deus”. O líder da Igreja Católica rebateu críticas do clero por receber pessoas trans nas audiências gerais, que são realizadas todas às quartas-feiras, no Vaticano.
“Não me preocupo que me critiquem por eu receber transsexuais na audiência geral das quartas-feiras; A primeira vez que vieram e me viram, saíram chorando, dizendo que eu tinha dado uma mão, um beijo, como se eu tivesse feito algo excepcional”, disse.
“Elas são filhas de Deus. Ele te ama do jeito que você é. Jesus nos ensina a não estabelecer limites", reforçou o líder da Igreja Católica.
Em julho, durante o podcast Popecast, do Vaticano, o papa Francisco disse para uma pessoa trans que “Deus nos ama assim como somos”. Giona, italiana de 20 anos, falou sobre os desafios de ser católica, aceitando a realidade de ter problemas físicos e ser trans.
“Cultivar uma fé que eu realmente sentia ser minha, me ajudou a me aceitar em meu corpo deficiente, a nunca me sentir realmente sozinho mesmo nas dificuldades, porque estou ciente de que aqueles que me conhecem desde antes de mim, nunca me confiariam uma cruz pesada demais para meus ombros”, disse.
Em resposta, o papa disse que “Deus nos ama assim como somos” e que “o Senhor sempre nos acompanha, sempre. Mesmo que sejamos pecadores, Ele se aproxima para nos ajudar”.
“O Senhor não tem desgosto das nossas realidades, ele nos ama como somos. E este é o amor louco de Deus. Ele nos ama como somos, Deus sempre nos acaricia. Deus é pai, mãe, irmão, tudo para nós. E entender isso é difícil, mas Ele nos ama como somos. Não desista”, completou Francisco.
Saúde do papa
No retorno ao Vaticano, Francisco também disse que está bem de saúde, após a cirurgia de reparação de hérnia abdominal feita em junho. O líder religioso, de 86 anos, explicou que os pontos foram removidos, mas que ele ainda tem que usar uma faixa abdominal por mais dois ou três meses para o fortalecimento dos músculos da região.