O Produto Interno Bruto brasileiro, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1,9% entre janeiro e março de 2023, na comparação com o último trimestre de 2022. O destaque positivo foi a agricultura. O índice divulgado pelo IBGE, nesta quinta-feira (1º), veio acima das expectativas do mercado financeiro. O PIB do período somou R$ 2,6 trilhões.
Os analistas esperavam uma alta entre 1% e 1,6%. Já o Monitor do PIB-FGV, divulgado há 10 dias, apontou crescimento de 1,6% no primeiro trimestre em relação ao período de outubro a dezembro de 2022.
A agropecuária sustentou a alta, com crescimento de 21,6% no trimestre, o melhor indicador desde o quarto trimestre de 1996. O setor representa quase 8% da economia nacional.
O início da colheita de uma safra recorde, o fortalecimento de programas sociais e a melhora no mercado de trabalho colaboraram com o índice. A alta do início do ano já faz com que os bancos e as instituições financeiras revejam para cima as projeções para a economia para 2023.
No ano passado, as lavouras sofreram com problemas climáticos e houve quebra na produção de diferentes produtos. Na comparação anual, o crescimento do Agro é de 18%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em março de 2023, a elevação alcança 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Embora um primeiro trimestre promissor, é esperado um desaquecimento da atividade econômica a partir do segundo semestre, principalmente por conta da contínua elevada taxa básica de juros em 13,75%.
Ainda no campo positivo, o setor de serviços, que tem o maior peso no indicador, cresceu 0,6% no período. O resultado foi puxado, principalmente, pelas altas nos setores de Transportes e Atividades Financeiras, ambos com crescimento de 1,2%.
O consumo das famílias (0,2%) e as despesas do governo (0,3%) contribuíram com os bons números. A exportação de bens e serviços, com alta de 0,4% no trimestre inicial, também auxiliou no indicador.
A Indústria apresentou estabilidade (-0,1%) no primeiro trimestre de 2023.