Preso preventivamente, sem prazo para soltura, o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, filmado enquanto estuprava uma paciente sedada, foi hostilizado por presos do presídio Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Ele foi transferido na noite de terça-feira, 12, após audiência de custódia, para cumprir sua prisão preventiva.
Quando Bezerra chegou ao local, conforme apuração da TV Band Rio, os detentos do presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, sacudiram grades, vaiaram, xingaram e fizeram ameaças ao estuprador.
Giovanni Quintella foi enviado para Bangu 8 por ser a cadeia que recebe presos com curso superior, mas ainda assim ficará em uma cela sozinho.
Quintella é investigado por mais cinco possíveis atos de estupro nas unidades em que trabalhou, entre elas o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Rio.
Após a prisão de Giovanni Quintella Bezerra, outras vítimas do anestesista procuraram a polícia. Uma delas estava grávida de gêmeos e perdeu um dos bebês no parto. A polícia também vai investigar se alguma das mulheres teve complicações por causa da alta dosagem de anestesia.
Thamires da Silva Ribeiro ainda sente o trauma do dia. Grávida de gêmeos, um dos bebês morreu um dia após o parto. “Eu não consegui ver o parto do meu segundo bebê por ter sido dopada, não consegui segurar meu filho pela sedação dele”, afirmou. "Depois perceberam que tinha coisa branca no meu rosto, umas casquinhas. A gente nem imaginava que era uma coisa dessa."
Naiane Guedes é outra vítimas do estuprador. “Eu fiquei muito dopada, já é minha terceira cesárea e a sedação foi diferente", disse. "O tempo todo ele ficava falando baixinho no meu ouvido e isso me incomodou bastante."
Os novos casos que vieram à tona reforçam a hipótese da polícia de que o estupro registrado em flagrante não foi o único cometido por Giovanni. Agora, a investigação vai levantar os prontuários para saber de quantas cirurgias ele participou e se fez ainda mais vítimas.
Para estuprar as mulheres, o anestesista exagerava na quantidade de sedativos e agia mesmo com a sala cheia de profissionais de saúde. As suspeitas da equipe começaram há cerca de um mês. As funcionárias que prestaram depoimento afirmaram que o médico deixava as gestantes inconscientes e criava barreiras para impedir que pudessem vê-lo.