Suzana Pires tem tantos talentos – seja como atriz, produtora, roteirista ou escritora – que sentiu o preconceito por não se limitar a um único papel. Ela, que lança o livro "Dona de Si: O Manual da Mulher que Faz Acontecer", conversou com Danilo Gobatto, do Antenados, na Rádio Bandeirantes, e contou como descobriu o que era ser oprimida ao marcar uma reunião para falar sobre um projeto que estava escrevendo.
“Alcancei um lugar pioneiro como única atriz autora de novelas. Porque é pioneiro? Porque tem muita opressão. Conheço várias atrizes que escrevem. Eu entendi na pele. Uma opressão que parece fofura, mas não é: tinha uma reunião com um diretor sobre o que eu estava escrevendo, cheguei na sala e ele falou: o que você está fazendo? Eu disse, vim falar do texto. Ele disse: é você? Achei que fosse uma homônima. Foi um problema. Na cabeça dele, eu era uma atriz. Para você ver o tamanho que pode ter um preconceito e uma opressão”, afirmou.
"Opressão é quando você coloca as coisas em caixas e não consegue olhá-la fora da caixa".
Suzana teve a ideia de escrever a obra biográfica "Dona de Si" após realizar uma pesquisa e descobrir a mesma queixa de todas as leitoras que a procuravam em relação ao mercado de trabalho. Foi então que ela mapeou três problemas principais: sobrecarga, opressão e solidão.
“Culturalmente, quando nasce mulher, já é colocado que você precisa agradar e precisa fazer certas coisas para ser uma mulher digna e respeitada. Tudo leva você a se esquecer de você e a fazer para os outros. É só lembrar que você existe. Você faz por você e é melhor para quem está ao seu redor. Você está mais feliz e começa a entender o que te sobrecarrega e para o que vai falar não”, ensina ela, que criou o método Dona de Si.
"Dona de si não é externo, é interno. Toda mulher tem essa semente de fazer acontecer".